QUANTO CUSTA UMA AMIZADE?

"Minha crônica de hoje, vai para todos aqueles que recolheram suas mãos quando estendi a minha pedindo ajuda".

O meu hoje não amanheceu com cara de ontem, pois as saudades de um tempo vivido, as lembranças de um tempo passado despertaram o meu viver.

No finalzinho de 1996, e mais precisamente em fevereiro de 1997, a minha vida teve uma mudança que no despertar de hoje, trouxe a mim, essas memórias que faço a seguinte narrativa: A quem tanto servir, (achando que amizade era passaporte de uma eterna aliança de confiança), virou-me as costas e de repente eu amargava filas concorrendo a vagas de um emprego para o amparo da família.

Como bom serviçal, procurei ser fiel nas ordens recebidas e nas tarefas a mim confiadas. Todavia, descobri que todo meu esforço de tantos anos dedicados fora em vão e não mediram as consequências quando resolveram descartar-me como um objeto que não se usa mais, ou não presta pra mais nada.

Percebi depois, que o BOBO DA CORTE, perdera a confiança daqueles que ele mais amava e dividia labores em distintos lugares. Minha família (a época esposa e um casal de filhos) sentiram na pele o descaso e a exclusão que alguns AMIGOS me fizeram passar. Estive a beira da desgraça e quase me perco nas veredas da vida.

Por noites seguidas chorei, sendo amparado pela esposa que me pedia para ter fé, e afirmava que Deus não iria nos desamparar. O ano de 1997 marcou a minha vida, como um dos piores do meu existir.

Mas tive fé, força e coragem. Fui pras ruas como vendedor ambulante, correndo e me escondendo de fiscalizações, mas tudo fiz para honrar meus compromissos de chefe de família, que pela graça de Deus, cá estou para narrar essa história.

Onde estão e como vivem, o que aconteceu com aqueles que injustamente me acusaram, eu não sei. Só peço a Deus que (assim como eu fui castigado por eles) eles vivam muito para se arrepender do que fizeram comigo, do que me fizeram sofrer a minha família, e pelas necessidades que passei por falta do meu emprego.

Eu sentia saudades deles, muitas saudades, muitas lembranças, afinal foram anos e anos de convivência dividindo momentos tão ricos para o meu viver. Deus sabe que eu não fiz nada de errado, e creio que o meu maior erro, foi confiar nesses AMIGOS. Hoje, acredito que venci na vida pois ultrapassei vários obstáculos e nunca perdi a minha fé em Deus. Ganhei liberdade, não choro mais de saudades ou de vontades de vê-los e faço o que gosto sem precisar me humilhar para eles.

Um dia, eles pedirão perdão. Não a mim, pois não tenho dom de perdoar ninguém, mas a Deus, pois o que eles fizeram, foi uma grande e inenarrável injustiça e tenho certeza que o injusto pagará pelos seus erros (assim como paguei pelos meus, sendo sustentado por mãos de outras pessoas por não ter o meu emprego). Não roubei, não fui cumplice, não enganei ninguém, mas todo mal que me fizeram, Deus já me recompôs e me provou que pude e posso viver sem eles. De todos esses

AMIGOS, tem um que eu sentia a maior amizade e confiança, pois nossas famílias se uniam nos momentos em que ele precisava de nós. Mas este, foi um dos primeiros a virar-me as costas. Tal qual Julio Cesar, fui apunhalado por ele que tinha tudo para acreditar em mim, mas não o fez, para não colocar em risco a sua carreira.

Se um dia qualquer um deles precisar de mim, o velho BALEIA, ou o bobo da corte estará aqui para recebe-los.

Deus abençoe a todos e que a vida (se é que já não o fez) os façam perceber a tremenda injustiça que um dia eles fizeram comigo, expondo a mim e a minha família, aos momentos mais cruciais de nossas vidas.

Espero e peço ao universo do amor e da bondade que todos sejam felizes e se encontrem e percebam que dinheiro, poder, não eleva o caráter de um homem e por muitas vezes, só os afastam de Deus, pois toda riqueza da terra para Deus, vale menos de um mísero centavo que todos ajuntam pensando que os tesouros da terra os salvarão.

– BALEIA... Sem mar junto aos tubarões, mas nadando em liberdade plena.