ATÉ QUE ENFIM É SEXTA FEIRA

As sextas feiras de hoje, não são iguais a tantas destas que já presenciei nas outras de outrora.

Trabalhávamos até as 17:36, batíamos o cartão e saiamos já planejando como seria o final de semana.

Chopps. Pizzas, Boite, passeios, enfim... uma grande agenda de opções nos esperava.

Tempos idos, sim tempos idos que aprendemos sentir falta e muita saudade dele. Acabaram-se os chopinhos a beira mar, ou nas calçadas dos botecos que gostávamos de frequentar e nos deliciávamos ao ver e ouvir um artista executando ali as suas habilidades num instrumento.

Num piscar de olhos, uma NUVEM VIRAL AFASTOU-NOS DAS RUAS, DOS BARES, encarcerando-nos em casa, onde a vida é mais demorada para passar e os dias tornam-se monótonos a ponto de presenciarmos muitos amigos sufocados enquanto que outros entram em depressão profunda.

Lamentamos (pois é notório perceber) as perdas de mais de 300 mil vidas que deixaram de existir em nosso país.

No mundo inteiro a casa de milhões, já foi atingida e a cada instante mais vidas se vão sem que possamos fazer quase nada, a não ser lamentar por estas partidas.

Eu não quero culpar ninguém pela proliferação dessa NUVEM VIRAL, mas quero, exijo e espero que encontrem logo uma solução que venha nos dar o conforto de voltarmos a viver, a frequentar as praias, os bares, os aeroportos as rodovias, a termos nossas comunhões religiosas, os nossos abraços e sorrisos ao se reencontrar com pessoas que não vemos há tempos.

Eu só quero voltar a viver e respirar de rosto livre sem o incômodo das máscaras. Eu não quero distanciamento, eu quero APROXIMAMENTO e poder abraçar as pessoas, conviver com elas caminhar ao lado delas sem temer contaminação, a não ser aquela de plena satisfação por estarmos juntos.

Eu só quero voltar a viver e espero que esse período de reclusão domestica tenha me servido de algo que eu leve por toda minha vida, como um aprendizado de que juntos somos sempre melhores e que todos nós somos iguais e para se compreender isso, não dependemos de TERMOMETRO DE MEDIDA SOCIAL, para que compreendamos que tivemos a oportunidade de nos analisarmos como seres fragilizados e tendenciosos a amar o próximo, mesmo que não o saibamos de onde vem.

Eu sinto saudades das minhas sextas feiras, onde abraçado ao violão, eu estava ali num determinado ambiente, fazendo as pessoas mais felizes.

Confesso que por vezes me irritava em perceber que nem todos se davam ao luxo de ouvir o meu cantar. Mas aprendi conviver com isso e aos poucos fui entendendo que as pessoas precisavam daquele espaço para dividir as suas alegrias e por vezes se exaltavam ao ponto de eu fingir cantar e começava enrolando até a hora do intervalo (rsrsrsrs).

Até disso eu sinto uma tremenda saudade.

Espero que as sextas voltem e tragam os sábados, abraçados aos domingos, e que as segundas aceitem as terças já pensando no bem estar das quartas, para que as quintas sintam-se mais felizes pela ansiedade de chegar a mais uma sexta feira onde tudo se repetirá de forma clara, saudável e bonita como tem que ser a vida.

Ahhh, JÁ ESTAVA QUASE ESQUECENDO: Uma ótima sexta feira para você, com álcool em gel, pipoca, filmes e a companhia de quem você ama no conforto do seu lar.

Carlos Silva

CIPÓ – BA.

26 de março de 2021

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 26/03/2021
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