IEMANJÁ

Dia 02 de fevereiro, com ou sem pandemia, é data festiva de Iemanjá, filha de Olokum, o Rei dos Oceanos ou, para os católicos, Nossa Senhora da Conceição, da Glória e, por estas bandas, Nossa Senhora dos Navegantes. Infelizmente, não sou religioso e a data, um feriado municipal, sempre foi, quando ainda trabalhava, apenas momento precedente às férias, quando, então, partia para meus veraneios em Xangri-lá. É tudo quanto me ocorre. Iemanjá durante muitos anos foi preliminar do meu repouso praiano. Acho muito bacana a fé, mas Encantado e o Velho Anchieta esgotaram toda minha cota de religiosidade. Também houve sessões espíritas a que tive de comparecer conduzido pelos avós. Sem críticas ou reparos, tudo teve seu momento e passou. Fui batizado, crismado, fiz primeira comunhão, ajudei uma missa, fiz retiro espiritual, rezei muito, acompanhei procissões, tomei “passes”, compareci a palestras, fui objeto de uma “sessão de desobsessão” espírita, fiz cursinho (parcial) de noivo para casar-me e até obtive Diploma de Média DEZ em dois anos ginasiais. Portanto, não me atirem pedras pelo fato de que hoje sou agnóstico. Não acredito, inclusive, nas instituições, mas prometo melhorar (desde que elas mereçam). Muito em breve, ainda que agora proibido, o refestelar pagão do CARNAVAL. O carnaval é festival pré-Quaresma, que, segundo consta, teve seu modelo inspirador em Paris. Tem muita gente que adora o carnaval, inclusive os que vivem dele e por ele. Acho legal, como acontece com o futebol, por exemplo. O carnaval virou cartão postal do país, ainda que, por estas bandas rio-grandenses, a tradição não seja muito arraigada. Aliás, como o futebol, o carnaval tornou-se uma grande indústria. Para mim, carnaval foi grande ocasião momesca até certa idade, mas, depois, transformou-se em mais um feriadão. Espero curti-lo em Gramado, quando, algumas vezes, em pleno verão, foi apropriado por fogo na lareira, à noite.