RAZÃO E SENSIBILIDADE

Neste breve intervalo do Festival de Horrores Cívicos, ocorre-me insistir para que vejam e revejam certos filmes que não são estouros de bilheteria, assim com um já badalado seriado. Quando me acordo da sesta, por volta das quatro e meia da tarde (almoço após quatorze horas e, depois, passeio com os cachorrinhos no quarteirão), retempero minha sensibilidade. Ao menos me proponho a tanto. Creio que pela terceira vez assisti ao TRUMAN (NOW), estrelado pelo grande Ricardo Darin e, por incrível que pareça, só agora assisti ao EVERYBODY’S FINE (ESTÃO TODOS BEM), com o também formidável Robert De Niro e que é uma refilmagem do Giuseppe Tornatore (HBO). Filmes que mexem fundo com sentimentos, com diálogos densos e grande inteligência de abordagem. Não recomendáveis para os de tendência depressiva ou em situações críticas. Por outro lado, vou novamente dizer: é imperdível o GAMBITO DA RAINHA (NETFLIX), que, tirante HOUSE, foi a melhor coisa que vi. Naturalmente, como sói acontecer, o elemento subjetivo, pessoal, sempre pesa bastante, mas é coisa de alto gabarito independentemente disso. Sim, também leio, estudo e reflito, afinal, segue o barco e esta é a minha sina. Mas cultivar a sensibilidade estética é missão indispensável em tempos conflagrados e confusos.