A Criatura Reluzente

Quando Kanarfa declarou a noite, todos os peixes passaram a ter medo

A penumbra se deitava agora diante de seus 8 tentáculos.

Com eles se desenhavam todas as estrelas, enquanto tranquilo pelos sete mares deslizava.

Kanarfa era o senhor dos mares. E toda noite, a penumbra trazia. Era também senhor da vida e da morte e por isso toda vida se escondia depois que dele nascia.

Não deixe teu criador encontrardes de novo, diziam. Mas eis que Kanarfa, em algum momento os surpreendia.

Arrastando todas as águas, por vezes ondas gigantescas criava, mas também a calmaria das mesmas permitia.

Seus 8 braços poderiam acalentar os mais altos montes e deveras o fazia. Terra que vira mar, noite que vira dia, calmaria que se transforma em tempestade, tudo isso Kanarfa era quem produzia.

Há quanto tempo vagava na penumbra do abismo? Só o senhor do tempo sabia. Talvez Kanarfa fosse este mesmo senhor então diante dele, tudo se reduzia.

Silencioso e o mais corajoso, corajoso de ter forjado para si o maior olho que todos os mares e todas as terras possuía. O senhor do mundo era Kanarfa, a enorme criatura que reluzia.