OS VENTOS LEVES DO LEMBRAR.
Tal qual leve nuvem, deixei meus pensamentos vagarem pelas lentes das minhas mais guardadas lembranças, na esperança de sentir outra vez, a paz que há tempos o vento arrastou do meu viver.
Recordar, é ter tido a oportunidade de viver duas vezes, as mesmas emoções que fizeram teus dias brilharem num passado tão dali pertinho na mente, mas bem distante no tempo.
Tal qual brisa leve soprando as aragens, assim são meus pensamentos. Eles tem a liberdade de seguir num redescobrir de tempos que ainda guardo em mim, como forma protetiva do meu lembrar, desenhando imagens vividas, há tempos passados que hoje elevam o meu pensar e trazem recordações tão crianças, tão remotas no tempo em que eu achava que tudo era mais bonito, e que mãos serviam para o labor e para o aperto destas, numa intenção de pura amizade.
Gostaria de me reutirizar, e nascer numa manhã de sol tão linda, em que ainda pudesse ter a minha mãe perto de mim, ver o meu pai feliz com a minha chegada e receber muitas visitas em casa na ânsia de me ver chegado cheio de amor, esperança, paz e muita luz.
Minhas lembranças, hoje, fazem-me querer ter o que o tempo jamais trará de volta: A MINHA MENINICE FELIZ no interior da Bahia comendo rapadura e deliciando-me com os pirulitos de açúcar vendidos numa tábua furada por algum comerciante no meio da feira.
Aqui pensando, sinto que os ventos leves do meu lembrar me fazem viajar, sem porteiras e sem impossibilidades, pois meu sonho ainda está vive e está dentro de mim.