Relação entre Família e Escola
Sílvia M L Mota
Sílvia M L Mota
A árvore que não dá frutos
É xingada de estéril.
Quem examina o solo?
O galho que quebra
É xingado de podre, mas
Não havia neve sobre ele?
Do rio que tudo arrasta
Se diz que é violento,
Ninguém diz violentas
As margens que o cerceiam.
Bertold Brecht
É xingada de estéril.
Quem examina o solo?
O galho que quebra
É xingado de podre, mas
Não havia neve sobre ele?
Do rio que tudo arrasta
Se diz que é violento,
Ninguém diz violentas
As margens que o cerceiam.
Bertold Brecht
Discute-se de forma variada a aproximação entre as funções da educação familiar com a educação escolar. Todavia, não concordo com a afirmação de que se a Escola por definição é para todos, então, faz-se necessário que abarque o papel, também dos pais, reservados os limites da coerência. Afirma-se, ainda, que essa postura ajudaria tanto aos pais bem posicionados em renda e socialmente, quanto os menos favorecidos pelo Estado.
Assumir o papel dos pais não é competência da Escola. Trabalhar em conjunto, sim. Nesse sentido, não se pode olvidar os ditames da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988:
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Outros relevantes princípios exarados tanto pela Constituição Federal como pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN9394/96, destacam que a igualdade de condições de acesso e permanência na escola também são direitos garantidos a todos. Esses artigos colocam em relevo um aspecto central da função social da escola: a democratização do conhecimento.
Família e Escola mantêm uma relação estreita, ainda que essa não configure uma relação de dependência, pois há uma considerável distinção entre a educação escolar e a educação que ocorre no âmbito familiar. As instituições possuem especificidades e se complementam, mas, não se deve perder o foco da autoridade do objeto que as escora como instituições.
A Escola ampara-se na função de patrocinar a aprendizagem dos conhecimentos edificados socialmente em algum momento histórico; de propiciar os instrumentos necessários à aquisição do saber sistematizado, porque é a apropriação desse saber que justifica sua existência; de alargar as probabilidades de convivência social; e, ainda, de legitimar uma ordem social. À Família cabe desempenhar a tarefa de promover a socialização das crianças, associada ao aprendizado de arquétipos comportamentais, atitudes e valores acolhidos pela sociedade. Em comum, propõem-se a preparar o indivíduo para a vida, mas, seus objetivos e métodos de ensino são diferentes.
A cada qual, portanto, o exercício das suas funções e responsabilidades.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Reeditado em 26 de outubro de 2020 – 15h10