o problema do menor
Nas grandes cidades há menores abandonados ou que abandonam seus lares. São crianças e adolescentes que moram nas ruas onde pedem e praticam pequenos furtos. Fumam e cheiram cola de sapateiro, usam drogas pesadas, contaminando-se com o vírus da Aids. Precocemente, iniciam a vida sexual, sem nenhuma prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, com as meninas, e as engravidando.
No Rio e em São Paulo esses menores roubam transeuntes e comerciantes em pleno dia, frente às câmeras. As grandes quadrilhas são formadas por grande parte desses menores, que são protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Em Goiânia não é diferente, pois, recentemente assassinaram uma médica e levaram o seu carro.
Aqui, em Rio Verde, há um grupinho de menores de rua que moram em casas desocupadas e praças. Quando apreendidos pela polícia são liberados pelos promotores. A polícia trabalha em vão, pois faltam entidades ou programas de atendimento para reeducar esses menores.
Na Delegacia da Infância e Juventude, instalada há cerca de quatro anos em nossa cidade, existem fichas de mais de 100 menores infratores reincidentes. E os próprios pais dizem que não têm condições de educar seus filhos e de evitar que eles voltem para as ruas.
(Texto de minha autoria publicado no Jornal O Popular/Goiânia, Goiás, em 26-03-1996, seção Cartas dos Leitores)