VISAO VERDE

*A FAUNA, A FLORA E O FOGO*

O pantanal virou quintal da Amazônia.

A triste realidade visível é que agora, é ali que arde em Chamas os descuidos de um país que não se interessa pelas vidas verdes que na terra habitam.

Muitos não percebem (OU FINGEM NAO PERCEBER) que de uma formiga a uma onça pintada, de um tamanduá a um jacaré, todos estão expostos a extinção pelo fogo que mata a fauna, e sufoca a flora

Tenho muito medo que em pouco tempo, sejamos cinzas, e que nossos corpos talvez venham sentir o que a nossa riqueza vegetal e mineral sentiram numa consumação ardente, que aos olhos do mundo cresce em cada ato irresponsável cometido pelo homem.

O tríplice F, (FAUNA, FLORA E FOGO) estão paralelamente ligados.

A cada instante, alguém aperta o dispositivo evocando as chamas para cumprir o seu desastroso papel.

Culpados? Não há. Nunca há um só culpado.

Eles também fazem parte de uma outra existência que todos conhecem, pois são chamados de TRIPLO I ou seja: São Invisíveis, Intocáveis e Irrepreensiveis.

Enquanto isso, o verde chora suas vidas ceifadas.

"Vidas em queimadas"

O canto sem cor sem brilho nem som.

Gorjeios vazios, ninhos tostados lamentos sem vida.

A mãe sabià, canária ou Juriti, bem-te-vi de papo-amarelo colhi no chão em cinza

Bichos inocentes sem saber quem são os culpados. No meio do tempo, um tempo parou para ouvir lamentos de morte

As árvores tão indefesas aguardavam as chamas lambendo as folhagens da terra seca, se aproximando. E a estas, só cabia esperar pelo bote devorador em fornalha.

Raiz, caule, folha, flor, fruto e semente, não mais.

A casa dos bichos, engolidas pelas chamas devoradoras e os bichos buscando na fuga uma desesperada forma de sobreviver; Não deu tempo, o fogo foi mais veloz e chegou mais rápido.

"CORES SEM FLORES"

Nasci verde, em terras vermelhas, pretas e até roxas.

Fui crescendo, crescendo, crescendo

em meio a tantas outras belas cores.

Até que me tornei cinza.

transformaram-me em pó carbonizado.

Tornei-me quimica

chamaram de CO2.

Não, eu não era mais árvore frondosa

que abrigava vidas minusculas médias e graúdas.

Nada mais restava daquela haste comprida

admirada e útil que tinha como gosto,

o pouso dos animais que aninhavam-se em mim.

Agora, eu eu estava ali

sem vento para ornar meu balanço

ou levar meu cheiro bem distante

onde muitos podiam sentir.

Eu era vida.

Mas tiraram isso de mim

e fui jogada em solo sem poder

ver meus frutos crescendo.

Eu era verde, eu tinha vida, mas virei cinza.

Porque? Não! Eu não poderei (jamais) entender o porque.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 16/09/2020
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