Pão de Queijo Mineiro: veja o passo a passo que tá super fácil e simples
(Imagem do Google)

Xodó de Minas
 
 Mandioca, aipim, macaxeira, uaipi, maniva, nativa em nosso país, muito apreciada pelos índios, conquistou o paladar também das pessoas escravizadas em séculos passados. Passaram a comê-la cozida e a partir daí, criaram-se novos alimentos e ingredientes,  postos às mesas   desse continente que é o Brasil

Tenho na lembrança, o polvilho tão mimoso, tão delicado, espalhado no jirau de nossa casa, no interior de Minas. Há poucos dias, soube  que essa preciosidade veio das senzalas e cozinhas dos casarões, pelas mãos das mulheres escravizadas à época, tão sábias e tão menos amadas, valorizadas , nos sentidos mais amplos das palavras.

Em se tratando de polvilho, há que se falar numa preciosidade saborosa aqui das Gerais. Acredita-se que sua origem é do século XVlll, na região da Serra do Espinhaço, criação genuinamente mineira. Refiro-me a um dos xodós de Minas, o nosso pão de queijo, tão reverenciado, é a nossa lua cheia contemplada.  Na época citada, o  trigo  era trazido de Portugal, demorava-se muito para aqui ancorar-se  e seu custo  era  elevado.  O polvilho entronizado  desde então, nos tem presenteado com as  quitandas saborosas, seja de manhã, à tarde ou à noitinha, sempre bem-vindas em nossos lares mineiros.  A campainha tocou, a visita chegou, o forno já se esquentou , entre uma prosa e outra, quando pensa que não, Sua Majestade já está a postos para ser degustada.

Infância tem cheiro, tem sabor e quão agradável era ficar ao redor de mamãe provando e modelando  a massa das quitandas feitas por ela.  Quando os pães e biscoitos de queijo saíam do forno de barro, eram amparados pelas peneiras de bambu, feitas por papai, ali estava o lanche do mais fino sabor. A toalha com barrado de crochê cobria a mesa, sentávamos , sorríamos reciprocamente de nossas modelagens descaracterizadas. A fumaça no bule esmaltado, as quitandas quentinhas,  nos envolviam naquele convívio tão familiar, tempos em que desfrutávamos do afeto, do aconchego  de nossos pais. Hoje, restam-nos as belas lembranças desses tempos de criança, regados a pão de queijo, tão gostoso como de nossos pais, um chamego, um beijo...



 
Rosa Alves
Enviado por Rosa Alves em 10/09/2020
Reeditado em 11/09/2020
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