PEQUENOS TEXTOS

Cegueira

A cerração o impedia de ver qualquer coisa à sua frente, as brumas o impediam de ver tudo ao seu lado, a vista embaçada o impedia até de ver o chão , sua insensibilidade o impedia de ver tudo dentro de si.

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O belo voo

O voo do pássaro era elegante e gracioso. Ele planava no ar com suavidade...

Parecia um pássaro belo, mas não era, belo era só o voo. A vida engana.

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Máscara e ar.

o homem com a máscara negra sentia-se sufocado, estava com falta de ar. Mas a máscara não era exatamente para evitar a futura falta de ar?

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Depois.

Ele vivia no deixa para depois. Protelava tudo na vida. Acreditava sempre que o agora não era propício para fazer as coisas. E dava mil desculpas.

Deixava tudo para depois, até que um dia descobriu que não existia mais o depois.

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Quando

Quando a notícia chegou ,a noite atravessou o seu olhar apagando nele todo o brilho

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conto Pronto

o escritor estava sem inspiração para um novo conto. mas gostava de contar, então contou no conto que não tinha inspiração para o conto. E resolver ao final, para enfeitar... rimar. Terminou o conto e pronto e ponto.

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Zé não é mané.

Eu no acredito em quarentena nem em vírus nem nessas coisas por aí. é tudo armação, coisa de comunista querendo atrapalhar as coisas. Tudo mentira pura armação. Não sou um mané, não sou um quarquer, sou inteligente e me chamo zé. .

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Espalhava

Ramon era poeta e não esquecia de espalhar versos por todos os lados, . O que muitos não sabiam é que a não espalhava versos, mas sim pedaços de vidas.

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O que é ?

O senhor muito idoso tirou a máscara e saiu para a rua. O que é isso ? coragem ou imprudência?

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Jardim de mim

um lindo jardim dentro do meu ser. É lá que ele mora e sempre vai morar. O homem dizia essas frases para consolar-se pela morte do seu cachorro. Essa imaginam o ajudava a seguir em frente. Agora no jardim de mim ele está.

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Lago Sereno

Lançou-se no lago sereno da leitura, mas num certo momento se perdeu em pensamentos enquanto lia e sentiu que boiava no texto, então voltou atrás e ao invés de boiar. mergulhou.

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Homem menino

O homem-menino sentiu medo, perdeu a razão, e quis sumir diante do homem-homem.

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No chão não

O menino levantou-se, olhou para a vida que o derrubou e zombava de si e disse:

Não aceito ficar no chão.

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Expedição das letras.

O homem embrenhou-se pelas matas da leitura num faraônico safári.

Numa louca expedição em busca de riquezas

E lá enfrentou e venceu feras e encontrou mil tesouros.

Expedição de letras faça uma você também.

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Mão do tempo.

o homem olhava para si e não se via mais como antes. Parecia que a mão do tempo tinha nele tocado e mudado todas as coisas. Mão do tempo, essa toca mesmo. Não, ela não falha.

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Abismos dos mundos

O louco, se é que existe algum, xingava do seu mundo. O não louco, se é que existe algum, respondia do outro. Que abismo existia ali!. Que abismo!

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Defasagem

O homem indignado porque não entende a defasagem no seu salário. Eu pensei: o grande problema é que seu voto está defasado.

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Pinga

Pingava chuva na goteira e o homem ia se embriagando de aconchego.

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Rastros

Aquela bonita, estrela que brilhou naquela noite tao diferente, deixou um rastro de luz no céu!

E ainda hoje nos ilumina. Suas fagulhas de luz ainda pairam sobre nos.

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Ilusões

O homem estava diante do computador, escrevendo o que sentia enquanto a madrugada endossava suas ilusões.

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No meio

O jovem humorista fora ousado nos seu post sobre politica, causando risos de aplauso e muxoxos de indignação. Ele sabia que a verdade estava numa balança, e podia pender para lá ou para cá. Exatamente no meio.

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Razões no bolso

Duas pessoas discutindo sobre politica. E cada uma tirava a sua razão do bolso e dizia que a sua era a mais bonita. Estranho é que os dois tinham os bolsos furados.

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PENA

Agora pego na pena para escrever e escrevo sem dó.

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Ânimo

O rapaz olhou para a linda manhã de sol e em frente a ela empunhou o animo que pegou num cantinho escondido do seu peito.

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Sinfonia

Os pingos da chuva batiam na janela e aquela era a mais linda sinfonia. La de cima a dama vinha trazendo vida, fartura, aconchego. Sua sinfonia varava a noite num espetáculo de harmonia e de beleza. Tudo muito afinado, tudo muito divino...

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Piscada

A estrela piscou quando viu o garoto. Ele era muito bonito e a estrela ainda o protegia mesmo agora lá de cima ainda o guiava. Piscava quando o via da mesma forma que antes

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Pregação

O pastor pregava Deus através de palavras e atitudes. Através das palavras com a falácia, através das atitudes com pregos bem batidos.

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Estrada

A estrada para ele não era um caminho, era já a chegada.

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MEDO

O medo insistia em se esconder no meio do escuridão.

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“Textículo”

Escrever todo dia, um continho já havia virado mania. Era um pequeno texto, apenas um “textículo”.

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Lendo

O homem andava de manha na calçada, sentindo o gostoso sol do inverno.

Lendo em seu kindle e vivendo mundos n’alma.

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Devorador

Queria terminar logo um livro para começar outro. Era devorador de letras, as comia todas e eram deliciosas.

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Hora

Acordou assustado, perdera a hora, o relógio não despertou. Tudo agora será apressado afobado, tenso. A hora cobra a hora de quem perdeu a hora.

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Fantasmas

Quando acorda desesperado e com falta de ar, fica na dúvida se são fantasmas ou sonhos, ou se fantasmas vindos dos sonhos ainda o atormentam.

Fantasmas de si ou do além? Não importa, de qualquer forma são horripilantes.

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Labirinto

O labirinto era escuro e os corredores levavam a lugar nenhum.

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Atordoado

Dormiu um sono de mentira e profundo após tomar o remédio e acordou atordoado.

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Arrepiava

Deixou a esperança percorrer seu corpo e ela arrepiava tudo.

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Reticências.

Começou o dia com versos de humor, mas neles existiam reticências.

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Dono.

Criava textos e brincava com as palavras. Era o dono delas.

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