SEGUINDO OS MEUS MUNDOS

Os meus pesados passos marcaram nas pedras de fogo toda minha trajetoria por onde eu deveria firmar o meu caminhar, e as luzes do tempo marcando em compassos lentos e brilhantes cada passagem da minha vida, como se exercendo assim o poder da escolha de uma direção, na rota, ou no traçado insistente desse meu prosseguir.

Vidas em lutas calcadas em solos duros, de pedras insensíveis que por vezes fizeram-me tombar, por não respeita-las como deveria.Mas estas mesmas pedras, serviram-me de apoio para saber levantar.

Passos lentos agora pisam seguros e com extrema macies como se em cada pé, existisse uma bussola. Não, eu não mais cairei pois firme estou a traçar a minha jornada a qual sabiamente o destino fê-la surgir em minha direção.

Meu horizonte, eu já o avistei. Uma aguia sobrevoando a minha determinação do caminhar, mostrou-me com graça através da leveza do seu võo, por onde eu deveria direcionar cada passo milimetricamente dado nessa busca por mim mesmo.

A emissão do som que ecoava em todo trajeto, servia de confirmação a me dizer: SIGA, EU ESTAREI AQUI A TE GUIAR.

No imaginário somos assim, capazes de ver, ouvir, sentir coisas que somente a dotação de um coração puro, pode nos fazer perceber.

As pedras por onde passei, serviram-me de base para lapidar o meu coração, torna-lo mais manso, compreensivo, aceitável, faze-lo sentir que a vitoria até pode acontecer, mas a luta, temos a certeza de trava-la a todo instante como um teste de capacidade para recebermos (OU NÃO) conquistarmos os louros do triunfo nesse longo e tão belo caminhar.

Percebi que minhas lutas eram comigo mesmo, as minhas indisposições eram construidas por mim e os meus desafetos eu mesmo os alimentava.Precisei ficar sozinho, lamber feridas, desprender-me, para juntar uma multidão de pensamentos em mim e respeitar-me como um ser comum, pois somente assim, teria a capacidade a inteligencia e a oportunidade de entender e aceitar os outros como de fato os são.

Cada pedra não é um tropeço, é um marco direcional que nos ensina caminhar com sapiencia da lentidão, respeitando os nossos limites e aceitando as barreiras que os caminhos preparam para nós. Não como forma de impedimento, mas como teste para sabermos ultrapassa-los e seguir confiante de que o futuro, ele sempre estará lá adiante. Quando lá chegarmos(seja lá qual for o objetivo) ele deixará de ser o futuro, pois mais adiante teremos caminhos para percorrer e enquanto não nos acharmos, feito peregrinos, nunca deveremos deixar de caminhar.

Vêdes os andarilhos de beira de estradas? Eles seguem, acreditando que cada passo, (além de necessário) é um impulso para a teima do prosseguir.

Qual a direção? Não importa, somente ele poderá saber onde pretende chegar, todavia, eu, continuarei seguindo os meus mundos.

Carlos Silva BAHIA - BRASIL.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 03/09/2020
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