PROPAGANDA DA NATURA
Debater, a esta altura do campeonato, o papel da Thammy Miranda como pai é, a meu ver, coisa menor, aliás, superada como fato social e jurídico. A empresa Natura já lavrou seu gol mercadológico ao explorar a questão. Não sou nem contra e nem a favor, já que terminantemente me nego a ser massa de manobra da mídia e do marketing. Como disse, homem, mulher, trans, gay, lésbica ou variações são fatos sociais incontestes, que o direito acolhe e protege. O lance comercial torna-se o destaque, no caso. Eu me nego a embarcar nessa canoa, ainda que compreenda algumas colocações de um lado e de outro. Vivemos inexoravelmente uma era de imensa liberdade, tipo “é proibido proibir”, sobretudo quanto aos costumes e opções individuais. Não sou conservador, mas para exemplo de liberal eu não sirvo. Compreendo o novo “modus vivendi”, jamais discrimino, mas tenho minhas reservas íntimas. Afinal, sou de outros tempos, por mais que me esforce em avançar. Não tenho tanto medo de incentivos midiáticos, pois considero a família a base ainda mais sólida e, afinal, o que tiver de ser, será. Escolham o símbolo que quiserem, vivemos em uma democracia. As empresas que avaliem a correta correlação entre custo e benefício, não tenho nada a ver com isto e nem poderia me insurgir. Se um político, filósofo, jurista, artista for gay ou seja lá qual for o qualificativo mais atual, jamais o fato influenciaria minha avaliação. Irrelevante. É como se eu só aplaudisse gremistas e vaiasse colorados, um absurdo. As discussões sobre o papel de pai decorrentes da divulgação algumas vezes adquirem colorido passional e agressivo. A Thammy pode vir a ser um bom pai, não duvido, mas alerto que é muito cedo para julgamentos. Ser pai não é fácil, é toda uma vida de apoio forte, acompanhamento, amor e exemplo. Vale para os que apoiam e criticam. De qualquer modo, é sempre melhor ter do que não ter, tomara que seja o caso. Mas há muita estrada pela frente. A Natura – nada contra - só busca aumentar as vendas, conseguirá?