DESFRUTANDO BARILOCHE

Em julho de 2015, passamos, eu e Andréa, oito dias em Bariloche, com direito a nevasca na cidade e tudo mais. Já havia enfrentado 11 graus abaixo de zero em Chamonix, França, Mont Blanc, em 1972. Também em Paris, em 2006, fazia um frio bárbaro, creio que zero grau, e nevava timidamente quando eu e Andréa chegamos: do Aeroporto Charles De Gaulle até o centro, as bordas da estrada estavam cobertas de neve. Todavia, nevasca mesmo só conheci plenamente em Bariloche, em julho de 2015, o que não é comum na cidade. Estas são algumas memórias gostosas que a pandemia permite e que o nosso espírito promete repetir em prazo não muito longo, se o dólar amansar. A moeda brasileira, hoje, é um fiasco. Ademais, a Argentina parece que não está com a bola toda, mesmo tendo vencido a Copa América. Lamentável, adoro o país. Quando viajamos a Bariloche, o dólar valia, creio, 2,60, mas eu contava com reservas ao custo de dois reais. Uma subida por teleférico ao último estágio é magnífica, já havia realizado em 1984, quando a cidade era bem menor, com menos atrativos. A “NOCHE NÓRDICA”, subindo a trilha do Cerro Otto, pela neve e em quadriciclos com esteira, é sensacional, animada pelo intenso frio. A gente para no caminho para um aquecimento na lareira a lenha e a céu aberto, com direito a vinho tinto ou chocolate quente. A meta era alcançar o aprazível restaurante bem no alto, numa cabana típica, em que se comia e bebia muito bem. O passeio não era nada barato, naturalmente, algo como quatrocentos dólares por casal, tudo incluído. Agora, nos tempos em curso, fico apenas nas recordações. San Carlos de Bariloche possui também bons restaurantes para comer fondue de queijo ou cordeiro patagônico, a preços razoáveis, com um vinho de primeira. Há bons hotéis e a cidade é empolgante, com seus cafés e confeitarias, à beira do magnífico lago Nahuel Huape, com vista para as montanhas cobertas de neve. Quatro ou cinco dias inteiros bastam para um prazer inesquecível. Não fosse a pandemia, não fosse a crise econômica, não fosse...Por sorte, fizemos quando era possível e agradabilíssimo. Como sou otimista, ainda acredito no amanhã, na recuperação, no equilíbrio. Não custa sonhar. Quando casei, em 1971, passei minha lua de mel em Buenos Aires e Mar del Plata. O nosso dinheiro valia muito. Frequentávamos os melhores restaurantes e comprávamos ao estilo "da me dos", que os hermanos na década de 80 praticaram no Brasil. Quem sabe? Só não posso esperar demasiado tempo, se é que me entendem.