Eternas Marcas

Estava eu, caminhando na presença do meu agradabilíssimo Mar, quando de repente, sabe quem apareceu?  Eu vou falar, é bem provável que vocês não irão acertar. O meu amigo Solilóquio, ele mesmo. Pedi licença para o meu amigo Mar e começamos a prosar.
Desta vez, o meu amigo estava a meditar sobre a complexidade do cérebro. Ele queria saber por que o nome completo de algumas pessoas, ficam tão marcantes em nossa mente, sendo que não estão tão próximos. Muito pelo contrário, a grande maioria, são de pessoas que não vemos, há mais de décadas.
Sou obrigado a concordar com o Solilóquio, porque isso também acontece comigo. Irei aproveitar, e far-lhe-eis a seguinte pergunta. Que vínculo é esse, que mesmos depois de décadas, o nome completo de certas pessoas, ficam gravados em nossa mente?
Sebastião da Silva Lage _ Ele era o diretor da Empresa coletiva Sayonara, núcleo de Timóteo. Era um senhor baixinho, de bigode, ruivo. Ele e o Bibipe, outrora trabalharam juntos. Naquela época, só trabalhava no escritório, se tivesse trabalhado em outro setor da empresa. Por causa da amizade de ambos, fui o primeiro a fichar diretamente no escritório, sem ter trabalhado, em outro setor da empresa. Era o primeiro dia, do mês de setembro, ano de 1979. Por causa dessa peculiaridade, os outros diziam que eu era peixe do Tiãozinho. Usava-se muito essa gíria, naquela época, não sei se hoje ainda está em voga, significa, protegido. Quando chegava a semana santa, era a época dos trocadilhos, rs. Semana santa está chegando, cuidado Peixe. Depois que sair do escritório, não passou muito tempo, fiquei sabendo que o Tiãozinho tinha falecido, teve um enfarto fulminante. Fiquei triste com essa notícia, até hoje sou-lhe muito grato, pela oportunidade que ele me concedeu. Nessa época, o ambiente do trabalho era muito sadio, gravei o nome de quase todos.
Celso de Oliveira Melo, também auxiliar de escritório. Esse era baixo, cabelo liso preto, nos traços físicos, aparentava um índio. Falava mais que pobre na chuva. O baixinho era ruim de bola, mas era bravo, rs.
Geraldo horta da Silva, tinha o apelido de Bal, também trabalhava no escritório. O Bal sempre foi gordinho. Era mulherengo, dizia que ele era o gordinho gostoso. Se eu não estiver equivocado, era natural de Córrego Novo.
Ene Pires de Oliveira, era outro colega do escritório. Se o Ziraldo tivesse inspirado nele, a gente não duvidaria, porque Oh Menino Maluquinho. Dez anos depois, que eu tinha saído do escritório, encontrei com ele numa igreja Batista. Havia me dito que casou e que estava morando em São Luís do Maranhão.
Márcio José de Assis Silva, também trabalhava no escritório, esse era o Dom Juan do pedaço. A gente ficava pegando no pé dele, que se caso estivéssemos tomando banho, se ele estivesse também presente, e o sabonete caísse no chão, ninguém poderia pegar o sabonete, caso contrário, correria o risco de serem deflorados, rs.
Nelson da Silva Félix, também da fase de ouro da Sayonara. Esse menino, sempre foi um exemplo de funcionário padrão e de integridade. As meninas ficavam corujando-o. Ele era loiro, altura mediana, magro e de olhos verdes.
Agora peça mesmo, era o José dos Anjos Silva, vulgo Mussum. Ele era baixinho, barrigudinho e suas nádegas eram salientes, por si só, já era um sujeito engraçado, rs. Esse era o autêntico cara lavada, com certeza seu opróbrio fora todo embora.
Dessa turma da empresa, não podemos esquecer de mencionar o nome de Henry Pires Martins, esse era o escriturário, chefe do escritório. Gente boa, esse é aquele tipo de pessoa, que toda hora que aproximávamos dele, estava sempre de bom humor. Timotense, cabra da peste,rs
Dessa turma do escritório, a única que tenho contato até hoje, é a Rosa da Cantina, a nossa amizade já tem mais de três décadas. Nossa querida Rosalina Inácia de Faria, recentemente, também perdeu um irmão.
Eu estou me surpreendendo, achei que teria poucos nomes completos gravados na mente, mas estou observando que a lista cresceu. Vamos parar por aqui Solilóquio, desse jeito a crônica não terá fim, rs. Luiz Mendes Peixoto, Cristiano de Assis Moraes Neto, Adão Avelino Chaves, José Florentino da Silveira, Adenir Vitor tuler, Osvaldo de Souza Ramos, Maria Rosa de Sá, Vera Lúcia Leblank, Elon Alfredo Eler, José Orestes Quércia, Edson Inácio de Faria, Renata Batista Duarte, onde quer que vocês estejam, deixo aqui o meu abraço.
 

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 11/07/2020
Reeditado em 12/07/2020
Código do texto: T7003244
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.