Puxão de orelhas!
Lúcio adorava escrever! Era a sua vida! Não conseguiria se explicar antes da escrita poética, até mesmo por ser filho de poetas, irmão de poetas, sobrinho de poetas e, porque, segundo as suas próprias palavras, a vida exposta pela Mãe Natureza era sempre Poesia Viva. Conseguiria escrever sobre qualquer assunto, sempre! Passava os seus dias entre crônicas literárias e/ou científicas, entre poemas clássicos e/ou livres. Pelas sendas poéticas, apenas uma exigência - o ritmo – talvez, por questões ligadas à genética que rolava através das suas veias. O ritmar das frases nascia de um ato livre. Era assim, o meu amigo Lúcio.
Ao sabor de uma inspiração exacerbada e fluente, desafiava escrever o que aos demais parecia difícil e forçado: poetrix, haikais, indrisos, sonetos alexandrinos, sonetos decassílabos e outros tantos mais, com todas as delimitações inerentes. Naqueles momentos, superava-se! Transcendia, sem burlar uma só regra! Exalava mais beleza, quando inserido nesse incomum processo criativo "delimitador" e “sofrido” para determinados indivíduos que se autodenominavam poetas, sem que ao menos vislumbrassem o real significado das expressões. Chegaram a confabular que tanta facilidade decorreria da psicografia: muitos autores expressando-se através do mesmo instrumento. Verdade. Vi e ouvi tal barbaridade.
Para confundir ainda mais os mentecaptos algozes, como se não lhe bastasse a poesia, Lúcio transitava pelas artes plásticas. O mesmo processo. Expressava-se através da música. O mesmo processo. Trabalhava em prol da sociedade, atuando como pensador filósofo. O mesmo processo. Nada aleatório nas suas criações. Nenhum achismo vulgar ou irresponsável. Tudo aprendido e apreendido no decorrer de muitos anos. Seus dons naturais ampliaram-se através dos estudos constantes. Por que fez isso? Oras, porque possuía uma necessidade insana de ultrapassar os seus limites. Aprendiz nato. Nas diversas esferas do agir humano, o seu talento distinguia-se através da escrita.
Quando, por volta dos 40 anos, se decidiu pelo mundo poético, de quando em quando, o atacavam por todos os lados, inclusive, através de jornais de grande circulação. Posicionamentos crítico-negativos sem nenhum fundamento consistente, sobre os poetas que possuem o dom de se aventurarem pelos caminhos clássicos. Como se essa característica fosse um defeito... Acredito que ignorassem as palavras do gênio Isac Newton: “Somente cheguei aqui, porque caminhei em ombros de gigantes”.
Lúcio foi atacado como se fosse um “poeta retrógrado”, que saltitasse na “mesmice do amor”, na “mesmice da sensualidade”, na “mesmice do erotismo”... Todos os ataques foram emitidos ao tom do desatino, ao exemplo de um caminhão de carga grande e destruidor ligado a toda força e velocidade, no sentido de atropelar os sentimentos alheios. A preocupação em apontar o dedo em riste era tamanha, que fazia esquecer o reverso daquela atitude: para cada dedo que se aponte, existem três dedos apontados contra o opressor.
É preciso salientar, que o indivíduo ultrapassado prospera na sua própria "parada no tempo" e a culpa disso não será dos sonetos, das rimas, da métrica, ou, seja lá o que for. Fosse tão censurável exaltar o passado, não mais faríamos amor ao vivo e a cores, pois isso seria considerado um ato muito antigo frente à tecnologia moderna disponível aos quatro ventos. Acontece, que um ato de amor nunca será igual ao anterior, portanto, nunca se repetirá, nem na intensidade do orgasmo, nem na intensidade do sentimento expresso a cada ato. Tudo dependerá do talento e da sintonia dos envolvidos... sempre.
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2009 – 8h33
Reeditado em Piquete, 15 de junho de 2020 – 1h41
Lúcio adorava escrever! Era a sua vida! Não conseguiria se explicar antes da escrita poética, até mesmo por ser filho de poetas, irmão de poetas, sobrinho de poetas e, porque, segundo as suas próprias palavras, a vida exposta pela Mãe Natureza era sempre Poesia Viva. Conseguiria escrever sobre qualquer assunto, sempre! Passava os seus dias entre crônicas literárias e/ou científicas, entre poemas clássicos e/ou livres. Pelas sendas poéticas, apenas uma exigência - o ritmo – talvez, por questões ligadas à genética que rolava através das suas veias. O ritmar das frases nascia de um ato livre. Era assim, o meu amigo Lúcio.
Ao sabor de uma inspiração exacerbada e fluente, desafiava escrever o que aos demais parecia difícil e forçado: poetrix, haikais, indrisos, sonetos alexandrinos, sonetos decassílabos e outros tantos mais, com todas as delimitações inerentes. Naqueles momentos, superava-se! Transcendia, sem burlar uma só regra! Exalava mais beleza, quando inserido nesse incomum processo criativo "delimitador" e “sofrido” para determinados indivíduos que se autodenominavam poetas, sem que ao menos vislumbrassem o real significado das expressões. Chegaram a confabular que tanta facilidade decorreria da psicografia: muitos autores expressando-se através do mesmo instrumento. Verdade. Vi e ouvi tal barbaridade.
Para confundir ainda mais os mentecaptos algozes, como se não lhe bastasse a poesia, Lúcio transitava pelas artes plásticas. O mesmo processo. Expressava-se através da música. O mesmo processo. Trabalhava em prol da sociedade, atuando como pensador filósofo. O mesmo processo. Nada aleatório nas suas criações. Nenhum achismo vulgar ou irresponsável. Tudo aprendido e apreendido no decorrer de muitos anos. Seus dons naturais ampliaram-se através dos estudos constantes. Por que fez isso? Oras, porque possuía uma necessidade insana de ultrapassar os seus limites. Aprendiz nato. Nas diversas esferas do agir humano, o seu talento distinguia-se através da escrita.
Quando, por volta dos 40 anos, se decidiu pelo mundo poético, de quando em quando, o atacavam por todos os lados, inclusive, através de jornais de grande circulação. Posicionamentos crítico-negativos sem nenhum fundamento consistente, sobre os poetas que possuem o dom de se aventurarem pelos caminhos clássicos. Como se essa característica fosse um defeito... Acredito que ignorassem as palavras do gênio Isac Newton: “Somente cheguei aqui, porque caminhei em ombros de gigantes”.
Lúcio foi atacado como se fosse um “poeta retrógrado”, que saltitasse na “mesmice do amor”, na “mesmice da sensualidade”, na “mesmice do erotismo”... Todos os ataques foram emitidos ao tom do desatino, ao exemplo de um caminhão de carga grande e destruidor ligado a toda força e velocidade, no sentido de atropelar os sentimentos alheios. A preocupação em apontar o dedo em riste era tamanha, que fazia esquecer o reverso daquela atitude: para cada dedo que se aponte, existem três dedos apontados contra o opressor.
É preciso salientar, que o indivíduo ultrapassado prospera na sua própria "parada no tempo" e a culpa disso não será dos sonetos, das rimas, da métrica, ou, seja lá o que for. Fosse tão censurável exaltar o passado, não mais faríamos amor ao vivo e a cores, pois isso seria considerado um ato muito antigo frente à tecnologia moderna disponível aos quatro ventos. Acontece, que um ato de amor nunca será igual ao anterior, portanto, nunca se repetirá, nem na intensidade do orgasmo, nem na intensidade do sentimento expresso a cada ato. Tudo dependerá do talento e da sintonia dos envolvidos... sempre.
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2009 – 8h33
Reeditado em Piquete, 15 de junho de 2020 – 1h41