O MUNDO PÓS-CORONA VÍRUS

Alimentação, medicamentos, vestuários, bebidas, bons restaurantes e viagens de recreação e turismo tendem a recuperar espaço. A saudável vaidade feminina – e, hoje em dia, também masculina – não desaparecerá como num passe de mágica. Tudo o que se referir a tais tópicos deverá recuperar posição, tanto quanto o que for pertinente à recreação e ao bem-estar da criança. O futebol e outros esportes competitivos, adaptados, continuarão a nos empolgar. No reinício, com mais cuidados e restrições, é claro. O consumismo – mal do século – deverá lentamente abrandar, notadamente pela falta de recursos, que é coisa óbvia, inexorável para a imensa maioria planetária. Convenhamos, não há razão para comprar anualmente veículos de alto custo, comprar ou edificar mansões aqui, acolá ou a colibri. Somos, no Brasil, um país de baixo desenvolvimento e grandes desigualdades, com rodovias em mau estado, precário saneamento básico, segurança, saúde e educação. Pagar juros escorchantes para adquirir um aparelho celular de primeiro mundo não tem e jamais teve cabimento para os que trabalham muito e ganham pouco. Isto, a meu ver, deverá demandar o triplo de atenção dos pretendentes, doravante. Se ainda o sonho persiste é porque o “vírus economicus” pode, eventualmente, corroer aos poucos os organismos infectados. A Disneylândia não fica ali na esquina e a moeda do folguedo não é o “pila”. Quem ganhava bem na atividade própria, emprego ou serviço poderá sofrer surpresas, assim como investidores, empresários e rentistas: por um bom tempo, a verba será escassa. Para muita gente. Dependendo das realidades econômicas geográficas, o impacto virótico será maior ou menor, mas inevitável, já que o mundo está globalizado. Algumas coisas possivelmente venham a ser positivas, hoje, amanhã ou depois. Mas mudanças acontecerão. Quanto mais cedo for a adaptação, melhor. Por estas bandas, o vinho tinto será tão sagrado quanto na santa ceia.