Roubo a banco em Rio Verde

Em Rio Verde, Goiás, final dos anos 90 (1988 ou 1999), policiais estavam fazendo uma horinha pela manhã defronte a uma delegacia quando passou uma camionete D-20 com dois homens na carroceria e desconfiaram de algo errado; e rapidamente decidiram seguir o tal veículo que aumentou a velocidade de fuga. Acionaram reforços. Na BR-452 saída para Itumbiara o carro dos assaltantes saiu da pista e capotou várias vezes até parar numa árvore. 04 ladrões foram detidos, um refém, funcionário do banco libertado, todos saíram ilesos, com exceção de um meliante com um pequeno corte na perna; e apreendidas armas de fogo de vários calibres e malotes cheios de dinheiro. Tinham acabado de roubar o Banco do Brasil!

Na delegacia de polícia, fiquei sabendo que a tal quadrilha era especializada em roubos e assaltos a bancos em pequenas cidades em todo o país, por terem uma Segurança Pública ineficiente. E que o Banco do Brasil por conter muitas agências rurais e muito volume de dinheiro era o preferido de suas ações. (A cidade de Rio Verde cresceu bastante, conta uma população em torno de 240 mil habitantes e a Segurança Pública foi reforçada com armamento pesado, e com isso os roubos a banco se tornaram uma raridade).

Uma quadrilha geralmente está ligada a uma facção criminosa e conta com chefes e subalternos na linha de frente, e na retaguarda conta com o pessoal que trabalha na logística, informantes e até funcionários de alguns bancos. Um roubo a um banco é estudado e calculado nos mínimos detalhes, como conhecer a cidade, a agência e rotas de fuga para não dar errado.

No caso do roubo ao Banco do Brasil de Rio Verde, pelo visto os assaltantes escolherem uma rota de fuga mais rápida com acesso à avenida principal onde haveria saída para vários trevos mesmo tendo que passar defronte a uma delegacia, e só não contavam que os policiais estariam de fora observando o trânsito e vai-e-vem das pessoas. Creio que a rota de fuga deveria ser outra mesmo que sinuosa e obscura, mas para isso deveriam contar com um guia ou informante. Bom para os policiais, que frustraram mais um assalto a banco.

Vale ressaltar que os roubos a banco em pequenas cidades do país com cerca de 100 mil habitantes diminuíram bastante devido ao monitoramento de câmeras de segurança e aumento de contingente das Polícias Militar e Civil, além das criações das Guardas Municipais e Superintendências Municipais de Trânsitos. Com a integração e aparelhamento das forças públicas, Polícia Civil, Militar, e criação de delegacias especializadas em roubos a banco e caixas eletrônicos, muitas quadrilhas foram detectadas e muitos roubos foram frustrados e terminaram com muitos bandidos presos.

O foco das quadrilhas agora são os túneis que os levam direto aos cofres, detonações de caixas eletrônicos e assaltos aos carros fortes, que acabam não resistindo a um forte armamento e roubos de cargas valiosas nas rodovias federal e estaduais. São ações rápidas que surpreendem as polícias rodoviárias federal e estaduais pela falta de contingente ao longo das rodovias. Destarte, muitas empresas de transporte de valores e cargas estão contratando escoltas, que nem sempre resolvem. Mas, cabe aos Governos federal e estaduais investiram nas polícias Rodoviárias, com mais contingente e armas pesadas. Só assim, a bandidagem tende a diminuir.

Goiânia, 27 de março de 2020

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 10/05/2020
Reeditado em 10/05/2020
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