Um mundo calado e triste.
O vazio preencheu a nossa vida e transbordou solidão em nosso prosseguir.
Paramos no tempo, calamos as vozes enquanto que as plateias ficaram mudas e assustadas.
Não mais ninguém nas ruas a andar livremente sem a menor preocupação, onde todo espirro dado, era apenas o anuncio de uma possível gripe, que com um chá de limão logo se curava.
Não mais fontes, para receber as moedas lançadas pelo alcance dos desejos. Não mais praias lotadas com gente em busca do bronze perfeito.
Não mais dei, e nem recebi um simples abraço e se o fiz, foi com receio exagerado para não levar e não adquirir um contágio.
Não, eu não recebo visitas e já não lhes dou a minha presença em suas casas.
Nas ruas (SOLITÁRIAS E TRISTES), os rostos estão semi--irreconhecíveis e as pessoas são apenas transeuntes mascarados, o que dificulta um rápido cumprimento ou um aceno mesmo que tímido por não reconhecer a pessoa que por ti acabara de passar. Onde estão ás nossas crianças, que fazendo firulas agitavam as praças extraindo risos dos idosos que se banhavam ao por do sol, a contemplar as graças que lhes eram oferecidas pela vida livre e solta?
Onde estão os artistas, os músicos que no oficio de execução dos seus instrumentos, destes extraiam sons nas praças que juntava gente que em gratidão, salpicavam uns trocados nos estojos destes instrumentos?
Por onde andam os poetas que declamavam obras marcantes de celebres pensadores, e onde estão os artistas plásticos que pintavam ao ar livre, ouvindo uma musica clássica para melhor inspiração da sua obra?
Onde estão os nossos sorrisos largos, e para onde foram muitas pessoas no mundo que nem se quer as conhecíamos, mas sempre tivemos a certeza que todos eram e sempre serão os nossos irmãos?
Óh natureza, devolve nossas vidas, para darmos continuidade aos passos daqueles que tiveram o seu caminhar interrompido e prometemos melhorar o nosso comportamento com o mundo todo, a partir de ontem.