FALAR E CALAR, QUANDO A COMPAIXÃO PRECISA DE NOVO CONCEITO
FALAR E CALAR, QUANDO A COMPAIXÃO PRECISA DE NOVO CONCEITO
Passamos a vida sob a noção de que compaixão deveria ser demonstrada com atos de piedade do tipo que joga moedas na latinha do pedinte, faminto ou jogado, nas ruas da amargura, sem teto, colchão ou cobertor.
Não paramos para observar em que tipo de solo estamos assentados, mimando nossos desejos, gorjeando em árvores secas e mortas, sem cânions para ecoar nosso trinado, ou também em ritos de acasalamento que nos tornam narcisos em busca de espelhos, mesmo andando ou abrindo nossas asas.
Se passarmos a ser engenheiros da vida, acharemos compaixão no olhar das vigas e sapatas que sustentam as lajes e telhados que já não serão miragem, nos desertos de vertigem que turvam não só nossas iris, mas vendam nossos olhos e sentidos de humanidade.
E esse sentido de humanidade vem sendo construído e desconstruído, ao sabor das marés e intempéries, dos avanços e revezes que impõem humanidade ou selvageria bestial ao sabor dos insanos lampejos de deificação do que é carne e apodrece, carcomida pelas forças incontroláveis da natureza divina ou antecipadas pelo digladiar dos nossos pesadelos, que nos levam a vitimizar nossos próprios egos e destemperos.
E nesse limiar, entre continentes e sonhos, ilhas ou pontes - em que ligaremos os condutores de energia das nossas almas e anseios - estaremos indubitavelmente a nos lembrar, não dos urros das bestas ou uivos dos 'canis lupus' inimigos, mas a registrar na parte mais lúcida dos nossos espíritos o quanto estivemos a precisar daqueles que julgamos serem nossas almas gêmeas e amigas fidegais, mas que nos momentos de clamor e chamas, se mantiveram caladas e lúgubres, como as cinzas levadas pelo vento, depois do arder das fogueiras, que já foram consumidas pelo fogo abrasador dos que vieram sem serventia a essa dimensão de vida.
E eis que já não basta toda a luta abnegada de membros das gerações passadas, mas torna-se imprescindível reconceituarmos nossas concepções e nosso julgar dos atos que praticamos, para que a compaixão seja o expressar da paixão que só o fraterno amor é que constrói, junto à solidariedade e a caridade desapegada de retorno, onde sairemos de nossas ilhas para habitarmos nos continentes panjéicos de união, que faz de nós guardiões desse mundo e não seus carrascos.
FALAR E CALAR, QUANDO A COMPAIXÃO PRECISA DE NOVO CONCEITO
Passamos a vida sob a noção de que compaixão deveria ser demonstrada com atos de piedade do tipo que joga moedas na latinha do pedinte, faminto ou jogado, nas ruas da amargura, sem teto, colchão ou cobertor.
Não paramos para observar em que tipo de solo estamos assentados, mimando nossos desejos, gorjeando em árvores secas e mortas, sem cânions para ecoar nosso trinado, ou também em ritos de acasalamento que nos tornam narcisos em busca de espelhos, mesmo andando ou abrindo nossas asas.
Se passarmos a ser engenheiros da vida, acharemos compaixão no olhar das vigas e sapatas que sustentam as lajes e telhados que já não serão miragem, nos desertos de vertigem que turvam não só nossas iris, mas vendam nossos olhos e sentidos de humanidade.
E esse sentido de humanidade vem sendo construído e desconstruído, ao sabor das marés e intempéries, dos avanços e revezes que impõem humanidade ou selvageria bestial ao sabor dos insanos lampejos de deificação do que é carne e apodrece, carcomida pelas forças incontroláveis da natureza divina ou antecipadas pelo digladiar dos nossos pesadelos, que nos levam a vitimizar nossos próprios egos e destemperos.
E nesse limiar, entre continentes e sonhos, ilhas ou pontes - em que ligaremos os condutores de energia das nossas almas e anseios - estaremos indubitavelmente a nos lembrar, não dos urros das bestas ou uivos dos 'canis lupus' inimigos, mas a registrar na parte mais lúcida dos nossos espíritos o quanto estivemos a precisar daqueles que julgamos serem nossas almas gêmeas e amigas fidegais, mas que nos momentos de clamor e chamas, se mantiveram caladas e lúgubres, como as cinzas levadas pelo vento, depois do arder das fogueiras, que já foram consumidas pelo fogo abrasador dos que vieram sem serventia a essa dimensão de vida.
E eis que já não basta toda a luta abnegada de membros das gerações passadas, mas torna-se imprescindível reconceituarmos nossas concepções e nosso julgar dos atos que praticamos, para que a compaixão seja o expressar da paixão que só o fraterno amor é que constrói, junto à solidariedade e a caridade desapegada de retorno, onde sairemos de nossas ilhas para habitarmos nos continentes panjéicos de união, que faz de nós guardiões desse mundo e não seus carrascos.
Publicada no Facebook em 10/03/2019