QUANDO A ELITE NEGA FATOS E ESCONDE SEUS PRÓPRIOS PECADOS

QUANDO A ELITE NEGA FATOS E ESCONDE SEUS PRÓPRIOS PECADOS

O Brasil entrou num compasso de ação contra tudo que ponha em risco os interesses das suas elites, quando não busca fazer um retrospecto baseado em fatos e perdura em discutir ideologias, origens sociais, erros cometidos pelos que lhes são adversos, escondendo para debaixo do tapete os seus próprios e graves pecados.

Somos sabedores que a elite brasileira se concentra desde outrora no centro sul do País, com suas ramificações eventuais em alguns estados a mais.

Isso se deu, sobremaneira por termos mudado inicialmente a sede da então colônia para o Rio de Janeiro, deixando para o Nordeste a sina de só produzir cana, cacau ou gado, além do convívio brutal com a seca catingueira que serviu de politica de servidão e clientelismo por todos esses séculos, sem se buscar as soluções definitivas, já que os paliativos servem para a continuidade do jugo e abuso em relação à miséria dominante.

Muito embora, o País disponha de grandes mentes pensantes em todos os seus espaços territoriais, é fato de que já faz muito tempo que o Nordeste brasileiro, em especial os primordiais Pernambuco e Bahia, pelo vigor da cana de açúcar e por ser o centro político da colônia na sua fase inicial, deixou de exercer o poder nacional.

O sul-sudeste se assenhorou de tudo, mesmo estando mais longe dos centros comerciais da Europa, mas ao mesmo tempo se beneficiando de características de clima mais próximos da realidade europeia. Isso também foi dinamizado pelo imigração europeia durante o reinado de Dom Pedro II e também nos períodos das grandes guerras mundiais do século XX, que se concentraram mais por lá do que no Nordeste, principalmente pela cultura do café.

Mas os fatos atuais é que essa elite sulista nunca quis resolver os problemas educacionais do País e nem dar solução definitiva para a seca nordestina ou ao modal rodoviário do Brasil, que a muito foi trocado, sendo relegadas as ferrovias, para benefício de acordos comerciais que privilegiaram a indústria automobilística mundial, num País que nem produzia petróleo, o que nos deixou mais vulneráveis ainda.

Mas vulneráveis somente o são a grande massa, pois a elite estará sempre a negar fatos e a esconder seus próprios pecados, acusando a todo tempo os que não podem reclamar, pois até a voz lhes é calada, oprimida nas palafitas e encostas de morro, nos conjuntos habitacionais entregues ao tráfico, nas cracolândias e guetos modernos.

E o fato mais cruel de tudo isso é ver que apesar de todos os erros cometidos, ou seriam erros continuados do tocante ao caráter e à moral, mas também à honestidade com as palavras e as ações praticadas, o que temos é a grande realidade na qual enxergamos frutos colhidos que nunca haveriam, pois antes desse novo milênio, nenhuma árvore fora plantada.

Antes desse novo período, tivemos apagões de energia por não investirmos em novas hidrelétricas ou fontes alternativas, como são os novos padrões eólicos e solares. Não tivemos investimentos em siderurgia ou sequer em refinarias, que abasteceriam não só os polos petroquímicos, mas nos preparariam para reduzir os custos de importação e frete de derivados do petróleo, fertilizantes e tantas outras mercadorias. Nossa educação foi relegada, com as universidades congeladas no passado, onde nem os centro tecnológicos foram fomentados, sem falar que as práticas do ensino básico, fundamental e médio padeciam de reformas, já que nem transporte escolar nós tínhamos.

Assim, quando hoje vemos Fóruns Federais espalhados pelos País, junto com inúmeras universidades e centros tecnológicos federais, transporte escolar sendo dinamizado, SAMU atuando, rodovias sendo duplicadas, linhas férreas sendo construídas, transposição do São Francisco em andamento, pás eólicas e geradores cruzando o País para não dependermos mais dos apagões, pré-sal sendo explorado para nossa auto suficiência de energia fóssil, financiamentos estudantis, acesso à cada própria, ampliação da distribuição de energia elétrica e água, vemos que ainda há muito o que fazer sim, mas também sabemos que os que governaram antigamente foram mesquinhos e gananciosos, criando durante séculos, uma estrutura de espoliação da riqueza nacional em prol de uma elite escravocrata, que não perdeu seu ranço, e têm hoje algo que beira a um trilhão de dólares em paraísos fiscais fora da nossa Pátria e continuam a confabular seus meios de perpetuação como ilha que são, em relação ao oceano de pobreza e miséria a que relegaram a grande maioria do povo brasileiro.

Publicado no Facebook em 02/06/2018