COMO SER MÃE, NUM PAÍS QUE PRECISA SE REINVENTAR ?

COMO SER MÃE, NUM PAÍS QUE PRECISA SE REINVENTAR ?

É duro para qualquer mãe ter que enfrentar a maternidade, sendo bombardeada a todo momento pela velocidade hipersônica da modernidade globalizante, que leva a todos, de modo instantâneo, os avanços tecnológicos do mundo econômico e social.

As possibilidades de acesso a tudo de bom que a tecnologia nos traz é inversamente proporcional ao bombardeio quase que diário que a mídia mundial nos lança sem paraquedas, mas com a velocidade e o impacto de verdadeiros mísseis atômicos.

A renda per capita das famílias brasileiras despenca a olhos vistos, com o desemprego castigando a todos, sem falar na qualidade de vida que estagna ou até retroage. O barco político e econômico parece estar à deriva e com o leme e o motor emperrados.

E apesar desse arrocho que atinge a quase todos, o Brasil continua a trilhar um caminho contrário ao de todos os outros países que se equiparam. Aqui os impostos incorrem em bitributações a todo momento, com uma carga tributária que beira a 2/5 de tudo que produzimos.

Se tivéssemos ao menos a reciprocidade na qualidade dos benefícios sociais que nos são ofertados, teríamos com certeza muito mais facilidade para sobreviver e manter nossas famílias.

Os problemas sociais são tantos que o primeiro a descumprir a lei é o próprio governo federal, pois até direitos mundialmente consagrados são objetos de omissão, como se negar a pagar adicional noturno para seus próprios servidores que exercem funções em escala, como são os casos dos policiais, que nem outro direito básico, que é a periculosidade/insalubridade, também são pagos.

E o assédio midiático continua assim mesmo, levando as famílias ao endividamento doentio, pois vivem hipnotizadas pelo consumir e pela busca do status social, que só é facilitado para bem poucos ou quase ninguém, condenando todos à escravidão moderna, aquela do endividamento que nunca se paga, que torna a todos nós reféns do sistema financeiro mundial, que não tem coração de mãe, mas sim de um monstro feroz e voraz, que nunca se contenta e sempre quer mais.

As mães de hoje são pressionadas pelos próprios filhos, os quais estão sob o efeito desse bombardeio já exposto, querendo a tudo que lhe propõe o mercado mundial, que não se importa com as consequências sociais do consumismo exacerbado e sem reais necessidades, visando somente o lucro a qualquer custo.

Por isso é que chegamos ao grave momento social em que estamos vivenciando atualmente, com todos os erros repetidos ao longo das últimas décadas que levaram a sociedade urbana e rural à beira do caos.

É preciso mudar o curso da história, com a recuperação do nosso sistema educacional, tornando nosso mercado de trabalho capaz de competir com as mesmas oportunidades frente aos demais países, investindo no que é fundamental para uma vida melhor, com mais saneamento básico, água tratada, medicina preventiva, investimentos em logística para mobilidade urbana e rural, facilitando o escoamento do que produzimos, diminuindo burocracia, dando acesso a tecnologia e telecomunicações em todos os espaços nacionais.

O Brasil tem tudo de básico, que é matéria prima, energia, luz solar em abundância num clima excepcional, água, solo fértil, personalidade social do seu povo e muita vontade de sermos felizes. E o que falta, buscaremos suprir, e virá com a educação e uma memória cultural necessária para articularmos a fundamental ligação entre passado, presente e futuro.

O brasileiro precisa saber quem veio antes de cada um, conhecendo suas árvores genealógicas, sua real história e não o que vem nos sendo inoculados, como se quiséssemos varrer uma casa todos os dias, mas jogando o lixo pra baixo do tapete. É preciso enxergar nossos potenciais e aprendermos sempre, pois o corpo pode ser escravizado ainda, mas nossos pensamentos e nosso conhecimento não mais podem se sujeitar à escravidão, que tanto marcou o povo negro e indígena do nosso grande país, e até hoje viceja como erva daninha, que arrancamos todos os dias, mas teimam em rebrotar, justamente por falta de conhecimento da real história do nosso Brasil.

E esse País das maravilhas precisa ser redescoberto. Precisa se reinventar, para dar colo a quem precisa, sem escravidão e com o amor das mães, que nesse 13 de maio de 2018, se agrupam no anseio que já foi da Princesa Isabel e de tantos abolicionistas, mas se somam ao amor pela vida que só as mães podem verdadeiramente representar, e que ao lado de todos os homens dessa nação, que tem como padroeira uma Mãe Aparecida, querem um mundo melhor para viver e criar seus filhos, livres e saudáveis.

Publicado no Facebook em 12/05/2018