É preciso ter paciência
Dia de chuva, centro de Guarulhos. Você está com pressa, com muita pressa. Mas não quer se molhar, ou, pelo menos, não muito. E para que de fato isso aconteça, que se proteja do molhado, você vai se esgueirando por debaixo dos toldos das lojas. Vai desviando das pessoas que vão aparecendo pela frente. Pessoas com suas sacolas de compras, seus filhos, namorados, amigos. Assim como você, elas também não querem se molhar. De repente, alguém vem vindo com um guarda-chuva. De imediato a vontade que você tem é de correr e dar uma voadora com dois pés na Caixa dos peitos do sujeito: “porque esse miserável, que já está de Guarda-chuva, está aqui debaixo atrapalhando a passagem”, você pensa. Porém, você não faz o que pensa. Aliás, se fizesse tudo que pensa, já estaria morto ou preso a muito tempo. É preciso ter paciência, muita paciência, sempre.