A história do meu fusca

Em 2005 tinha dois empregos. Um dos empregos era como chefe da segurança da Santa Casa de misericórdia de Goiânia, função que eu gostava. Em 2008 mudou toda a diretoria e a proposta para eu continuar trabalhando era ter o rebaixamento do cargo, e como eu não concordei, fui atingido por um facão bem amolado.

Voltando ao ano de 2005, eu tinha um Chevrolet Classic, ano 2005, cor verde, que usava para o meu deslocamento casa, trabalho, etc. No dia de finado, fui visitar os túmulos de meu pai e minha mãe e estacionei numa rua ao lado do cemitério. Quando eu voltei o meu carro zero estava amassado por toda a lateral esquerda. Alguém me disse que fora um ônibus de transporte coletivo que bateu e vasou. Desloquei-me até a empresa que acionou o seguro.

Para não ter que ficar a pé, decidi comprar um fusca, o terceiro; o primeiro foi em 1983, e o segundo no ano de 1989. Paguei 3.500,00 por um 1300L, ano 1979, cor bege. Depois que a oficina liberou o Classic, eu fiquei com dois carros, mas um amigo meu se interessou pelo fusca e propôs a troca por um lote em Anápolis, eu aceitei. Preenchi o recibo e reconheci a firma, porém não comuniquei à venda ao Detran.

Em 2019 numa ida ao cartório, uma moça me informou que havia uma restrição ao meu nome devido a uma dívida ativa no Detran. Fui no Detran, onde foi constatado vários anos de ipvas vencidos. Paguei cerca de 2 mil reais e embarguei o veículo para limpar o meu nome e evitar constrangimentos futuros. E me informaram que os ipvas iriam continuar vindo assim como as multas, mas que o meu nome não seria negativado, e que poderia desembargá-lo quando quisesse.

Entrei em contato com o meu amigo, que havia vendido o carro para outra pessoa com o intuito de legalizar a documentação, porém ele não conseguiu localizar o paradeiro do comprador. Dei o caso por encerrado, e consciente do prejuízo financeiro e moral. Pensei alto, é tão fácil fazer uma transferência; talvez seja conveniente para certas pessoas andar com um carro no nome de outra pessoa, não pagar IPVA nem multas. Tais pessoas, deveriam pensar também na desvalorização do veículo.

No dia 13 do mês em vigor, aceitei a solicitação de amizade de uma mulher em minha conta no Facebook, que passou uma mensagem: Você tinha um fusca, cor bege. Eu disse que sim. Ela disse: Passa o número de seu telefone que ligo agora para você. “É difícil te encontrar, mas consegui pelo Facebook”. “Que bom”. Disse ainda que comprou o fusca há cerca de 04 anos, que estava sem motor, sem os bancos e sem as rodas, todo depenado, e que havia passado nas mãos de um cigano que o usava como alvo de tiros; e que seu marido não quis mais gastar dinheiro e decidiram vendê-lo, e que precisava de mim para arrumar a documentação.

Então disse a ela que poderia comprá-lo e que seria mais fácil para arrumar a documentação por estar no meu nome. Ela disse que faria por 2.900,00 mil reais e mandou um vídeo do fusca. Marcamos um encontro no Buriti Shopping no dia seguinte onde fiz a transferência. Ela deixou o fusca em minha casa e foi embora com o seu filho em outro carro. O fusca estava em precárias condições, mal conseguia dirigi-lo. No mesmo instante levei o dito cujo para uma oficina para uma reforma geral, inclusive com a troca do assoalho que estava apodrecido. Minha intenção agora é não mais vendê-lo por preço algum e sim cuidar bem dele. Somos parceiros!

Goiânia, 15-02-2020

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 16/02/2020
Reeditado em 16/02/2020
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