Crônica de um reveillon...   
 
     De repente uma nostalgia estranha invade a minha alma, o coração parece querer rever algo e vai para o peito em forma de soluço e para os olhos em forma de lágrimas…
     Lá fora fogos de artifício castigam os tímpanos caninos, assanham a criançada e alegram aquela altura das horas... e também de repente, como numa acelerada sublimação, sinto minha alma ser envolvida por energias límpidas e esperançosas, vindas do que vejo e ouço de uma euforia coletiva no ar e então, de saudosa, minha alma torna-se ansiosa e expansiva… e passa a participar efusivamente daquele frenesi… 
     O relógio, com corda toda,  beira zero hora e, na ainda colorida e rabiscada “folhinha”, posam tristes os circundados e marcantes números do emblemático e último mês a ser dali arrancado...