Era quase natal, e os pés ainda descalços, despreparados para o movimentado foot na praça da matriz, onde já estava exposto o presépio, sonhavam com um sapato novo.
Numa tarde, suando como uma bica, chega dona Esmeralda, a mascate, carregando uma pesada e gorda sacola que prometia o objeto do desejo.
Não era normal exigirmos nada. Afinal, mesmo em criança já se sabia, que dinheiro era algo que se ouvia falar, mas muito pouco se apresentava concretamente. Hoje temos a invisível moeda eletrônica, naqueles tempos, havia a moeda escassa, mas, era tão escassa que também era invisível a nós.
Assim, D. Esmeralda, após beber um copo d’água, começava a esvaziar a sacola para desespero de todos. Tudo muito bonito, mas tão inacessível!
Meus olhos dançavam entre minha mãe a dona Mascate, na expectativa do resultado da conversa, uma séria negociação de meu interesse, afinal eram tempos de foot na praça.
Até hoje, não sei dos milagres da minha mãe. Não aprendi sua técnica de multiplicar o pão, fazer pequenos milagres, ou grandes como nesse dia, que culminou com a compra do meu objeto do desejo, o sapato que segurava na mão desde que saiu da sacola, preto, de verniz, e conforme explicou D. Esmeralda, da última moda, com VIRA FRANCESA.
Meu coração não cabia em si de alegria, sendo assim só me restava contar a todos que havia ganho um sapato de vira francesa. Calcei e me postei em frente ao espelho. Verdadeiramente, era um sapato de vira francesa. Dava para ver. Chique! Conferi na revista.
Ainda hoje me lembro de mim, vestida e calçada com meu sapato da última moda, de vira francesa, subindo a Rua que me levava ao Presépio. Sabia, era garantido, que todos estavam me vendo, e olhavam o detalhe do sapato. A VIRA FRANCESA.
Esses dias, lembrei-me disso, porque me lembrei dos milagres da minha mãe. E resolvi que deixaria registrado esse momento tão importante prazeroso para mim, com uma foto ilustrativa, de um sapato de vira francesa, caso alguém nunca tivesse visto um. Procurei muito no google, meu amigo, que sempre me acode. Mas dessa vez, ele me ignorou e resolveu zombar de mim. Tudo que encontrei foi isso.
Mas eu juro para vocês.
EU TIVE UM SAPATO DE VIRA FRANCESA!
Numa tarde, suando como uma bica, chega dona Esmeralda, a mascate, carregando uma pesada e gorda sacola que prometia o objeto do desejo.
Não era normal exigirmos nada. Afinal, mesmo em criança já se sabia, que dinheiro era algo que se ouvia falar, mas muito pouco se apresentava concretamente. Hoje temos a invisível moeda eletrônica, naqueles tempos, havia a moeda escassa, mas, era tão escassa que também era invisível a nós.
Assim, D. Esmeralda, após beber um copo d’água, começava a esvaziar a sacola para desespero de todos. Tudo muito bonito, mas tão inacessível!
Meus olhos dançavam entre minha mãe a dona Mascate, na expectativa do resultado da conversa, uma séria negociação de meu interesse, afinal eram tempos de foot na praça.
Até hoje, não sei dos milagres da minha mãe. Não aprendi sua técnica de multiplicar o pão, fazer pequenos milagres, ou grandes como nesse dia, que culminou com a compra do meu objeto do desejo, o sapato que segurava na mão desde que saiu da sacola, preto, de verniz, e conforme explicou D. Esmeralda, da última moda, com VIRA FRANCESA.
Meu coração não cabia em si de alegria, sendo assim só me restava contar a todos que havia ganho um sapato de vira francesa. Calcei e me postei em frente ao espelho. Verdadeiramente, era um sapato de vira francesa. Dava para ver. Chique! Conferi na revista.
Ainda hoje me lembro de mim, vestida e calçada com meu sapato da última moda, de vira francesa, subindo a Rua que me levava ao Presépio. Sabia, era garantido, que todos estavam me vendo, e olhavam o detalhe do sapato. A VIRA FRANCESA.
Esses dias, lembrei-me disso, porque me lembrei dos milagres da minha mãe. E resolvi que deixaria registrado esse momento tão importante prazeroso para mim, com uma foto ilustrativa, de um sapato de vira francesa, caso alguém nunca tivesse visto um. Procurei muito no google, meu amigo, que sempre me acode. Mas dessa vez, ele me ignorou e resolveu zombar de mim. Tudo que encontrei foi isso.
Mas eu juro para vocês.
EU TIVE UM SAPATO DE VIRA FRANCESA!