A MORTE NÃO É BEM-VINDA

Ainda que inevitável, jamais a morte é bem-vinda, para os amigos que ficam. Mesmo se você não gostar de uma pessoa, sua morte será uma perda, uma comoção. Do meu ponto de vista, a morte de um “inimigo”, adversário ou de pessoa não tão estimada ajuda a encher o nosso mundo de certo vazio. O falecimento de quem sofre de doença pode ser eventualmente bom para o desenganado, um alívio, mas, por instinto, todos se defendem ao máximo. A gente fica penalizada mesmo com o desaparecimento súbito e precoce de desconhecidos. Nem falo em personalidades, pois é coisa que mexe com nossa admiração, simpatia e preciosas memórias. Recebi, hoje, por e-mail do Rio de Janeiro, a triste notícia da morte do amigo Juliano e também de momentos de estudo conjunto na Faculdade de Direito da UFRGS (fevereiro de 1968), ANTÔNIO TABAJARA ROSA DE ARAÚJO, creio que uns três anos mais velho. Tivemos muitos outros agradabilíssimos contatos ao longo da vida. Homem de grandes façanhas, aventuras inenarráveis, inteligente e culto. Não sei o que houve. Ele me ligava frequentemente há uns 6 meses e morava em Santa Maria, com a esposa. Em definitivo, a morte não é bem-vinda.