RELEMBRANDO PERU E CUBA (FEVEREIRO 2018)

“Escrevi sobre a admirável LIMA, PERU, mas não tinha conseguido oportunidade de falar sobre HAVANA e VARADERO, em CUBA. É que a internet em Cuba é restritíssima, cara, sofrível, e os Hotéis não ofereciam PC de mesa, indispensável para mim. Gostei muito de Havana e Varadero e corresponderam às expectativas, sendo que a paisagem de Varadero é extraordinária: o mar caribenho é cheio de encantos. Para compreender Havana, é necessário proceder a uma ligeira retrospectiva histórica, pois é cidade pitoresca, de raízes e contrastes. Lá pela década de trinta, com a Lei Seca nos Estados Unidos, a Máfia, principalmente, começou a investir pesadamente em Cuba, construindo hotéis maravilhosos e cassinos, para o desfrute da boa bebida, praias deslumbrantes e belas mulheres. Aliás, foi lá que Lucky Luciano, proeminente “capo”, realizou, no Hotel Nacional, em 1946, uma grande conferência mafiosa, com cerca de quatrocentos participantes, para organizar e dividir a exploração dos negócios. Paramos no Hotel Meliá, que foi Hilton - que ocupa um quarteirão inteiro, luxuosíssimo na origem, com cerca de quatro mil metros quadrados só no lobby. Esse hotel imponente foi construído em 1958, sendo que, em 1959, com a Revolução, tornou-se sede do Movimento - com Fidel Castro ocupando e residindo em suas dependências, com seu comitê. Então, havia a Máfia, pessoas estrangeiras de altas posses, artistas famosíssimos, um governo absolutamente corrupto, a elite econômica local e, muito distante, o povo desassistido, à margem. Em rápidas pinceladas, fica fácil compreender o que aconteceu, ao menos no nascedouro. Havana congrega uma população simpática e o nível de segurança da cidade é muito bom. À noite, a iluminação é assaz precária, mas não assusta. Apreciei o nível cultural e o anseio de maior progresso da população em geral, mas os cubanos são muito orgulhosos de seu país. É uma cidade assaz interessante, com casarões senhoriais que nos dão uma ideia do que deve ter sido o tempo do bem bom econômico. Varadero, por seu turno, tem, em 25 km de praia, cerca de 60 Resorts e hotéis, hoje. A origem étnica do enorme contingente turístico ao balneário, segundo pude apurar, é predominantemente de alemães, russos, canadenses e espanhóis. Paramos no Resort Meliá, estatal, é claro, mas associado ao capital espanhol. É paradisíaco, mas – com um país em aprêmio – não aceitam dólares e adotam duas moedas, sendo o CUC equivalente a um euro, a outra só para os locais. Achei, como já disse, Lima, no Peru, uma cidade espetacular, onde nunca chove, desenvolvida, limpíssima, com muitas alternativas de lazer e bom proveito. A culinária peruana está em alta, é a “nouvelle cuisine”, mas há muito limão em tudo. É problema meu, de paladar pessoal, mas não me entusiasmei pela culinária, tanto quanto não me empolguei em Cuba - que já não ostenta o mesmo destaque internacional.”