CONTROLE DE ORÇAMENTO E MODO DE VIDA

Tenho de comentar recente notícia de que ilustre magistrado do interior lavrou protesto indireto e público em função da perda do auxílio-moradia, eis que passara a perceber 24.000,00 reais líquidos por mês. Não tenho nada a ver com o caso concreto, que desconheço completamente, e nem pretendo comparar alhos com bugalhos. Afinal, cada macaco no seu galho. Não vou discutir se a remuneração é alta ou baixa, assim como não me interessa o quanto ganha Messi ou Neymar. O nosso trabalhador de salário mínimo, sim, ganha uma miséria. Só para especular, pego o exemplo de quem ganha este “quantum” e tem de pagar pensão alimentícia, geralmente de um terço. Porém, além do 1/3 dos vencimentos, há outras eventuais despesas com filhos, o que pode facilmente abarcar 50% de seus ganhos. A esta altura, o sujeito iria receber 12.000,00 reais efetivos. Se constituiu nova família e tem filhos, a quantia já não é mais “tudo aquilo”. A função impõe certo nível de representação social e certos custos são inevitáveis. Mas, naturalmente, dá para viver com dignidade. Uma coisa é dito valor global na mão de pessoa jovem e solteira, sem maiores compromissos familiares, outra é a hipótese que levantei para uma ampla e fria análise. Na verdade, para conquistar ganhos maiores, só na atividade liberal, autônoma, com os riscos inerentes. A meu juízo, no mundo atual, a receita é não gastar excessivamente, mesmo quando aparentemente possa, e gerir um orçamento flexível, passível de cortes e ajustes relativamente rápidos, de modo a navegar com certa segurança no dia de hoje e no amanhã. Vale para qualquer um, inclusive grandes empresários, cujas fortunas sumiram ao longo da história. É tema bem complicado, mas ficar alerta é o mínimo, especialmente em vista da velocidade de algumas transformações.