O vento
Ao meu entender, aquela não era hora de ficar por aí soprando, puxando telhas, arrancando tampas de Caixas-d ’água, espalhando poeira, sujando os móveis das casas das pessoas e mais tantas outras traquinagens suas.
Para ser sincero, tive vontade de sair do lado de fora e engarrafa-lo. Se aquele irresponsável rachasse a minha Caixa-d’água com uma daquelas suas rajadas – caixa que ainda é daquelas antigas, de amianto – eu bem poderia pegar câncer! Sem falar na falta de consideração com os que iriam levantar cedo. Se já não bastasse aquelas motocicletas querendo atenção as três horas da manhã, ou, o filho da família desestruturada, bêbado, brigando aos berros com Deus e o mundo – me vinha ele, the answer my friend, is blowin’ in the wing, com aquela sua dança maluca. O bonitão deveria estar se achando o Furacão Dorian, vê se pode uma coisa dessas!