DESPERDÍCIO COM QUEM MORRE
Embora não seja de minha formação acadêmica, creio que até poderia proferir palestras e cursos em áreas de economia. O tempo vai passando, a gente vai ficando mais velho e surge eventualmente a questão da morte. Ela, em si, não é problema, aliás, é fato inevitável. O que me atucana mesmo, com toda a honestidade, é o custo absurdo de velório e enterro. Ter um cemitério é mais lucrativo que motel ou cassino. Ainda que não esteja mais nem aí, não paro de pensar que seria abuso pagar quase o preço de um automóvel ou de ótima viagem ao exterior para casal com o custeio de tão amargas e desinteressantes despesas. Como já registrei em declaração de últimas vontades e reitero aqui e agora, perante o mundo, proíbo homenagens inúteis e onerosas. Abram em casa um bom vinho tinto e bebam “in memoriam”, quanto ao mais, tudo muito barato, rápido e discreto. Gastar com defunto é a maneira mais tola de desperdício econômico, no meu modo de ver, respeitando profundamente votos divergentes. A relação custo benefício, no caso, é “mortal”.