Esse é o meu vovô
Antonio Feitosa dos Santos
O amadurecimento da pessoa, como individuo, permite escarafunchar os recônditos do cérebro, em assuntos dos quais, não havia interesse antes. O fato de ser jovem e pouco pensante, acerca do real alcance do tempo na vida humana é fator preponderante aos marinheiros de primeira viagem.
Alguém me perguntou da diferença entre ser pai e avô. Embora eu tenha do meu ponto de vista, poucas divergências, na condução base de criação, educação e segurança emocional de filhos e netos, penso pois, haver dois diferentes caminhos a serem trilhados.
Para quem é jovem e se sente pai, porque não basta ser, cria-se os filhos com elevado espirito de futuro. Faz parte desse futuro, uma boa escola, uma boa universidade, um bom relacionamento e chegamos a pensar nas amizades adquiridas pelos nossos filho, as boas e as más companhias, entre outros.
Em virtude de todo esse futurismo, deixamos de viver momentos maravilhosos com os filhos, momentos que se esvaem nos córregos do tempo e por certo, não voltarão a ocorrer novamente. É regra do tempo, o que passa, passou, não volta mais.
Sê avô é diferente. Você está pronto para absorver cada instante do neto ou no meu caso neta. Não deixo passar nada, curto cada momento que estamos juntos. Conto-lhe estórias que nem sei como as crio, de onde saem. São estórias de macacos, porquinhos, dragões, florestas, cavernas e muitas outras. O raciocínio não tem limite para tal.
Ela também me conta suas estórias, procura imitar-me até nos gestos. Rimos juntos, degustamos laranjas, morangos, tangerinas e seguimos curtindo a nossa presença em nós mesmos. Quanta delicia! Pena que o tempo não pare.
Nesse caminhar de avô, busco saborear cada instante com a minha neta. Tenho a impressão de que a minha vida se tornou mais efêmera do que antes. Procuro viver esses momentos da vida, junto dela, como se não houvesse o amanhã.
O tempo nos impõe isso. A cada até logo entre avós e netos, creio eu ser como uma despedida. Então peço por mais um amanhã, mais outro tempo, tempo sempre tão especial, para quem é, e quer ser avô.
Quando se é pai, acredita-se que há um longo caminho a ser percorrido. Acha-se também que há um tempo para tudo, durante todo o tempo. Mas quando se é avô, esse tempo não é tão longo assim. Por isso devoto todo o tempo disponível, para viver a honraria de ouvir da graciosa netinha: esse é o meu vovô. Com uma autoridade de quem descobriu na simples frase, o significado da posse. Bendita posse.
Rio, 12/08/2019
Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Antonio Feitosa dos Santos
O amadurecimento da pessoa, como individuo, permite escarafunchar os recônditos do cérebro, em assuntos dos quais, não havia interesse antes. O fato de ser jovem e pouco pensante, acerca do real alcance do tempo na vida humana é fator preponderante aos marinheiros de primeira viagem.
Alguém me perguntou da diferença entre ser pai e avô. Embora eu tenha do meu ponto de vista, poucas divergências, na condução base de criação, educação e segurança emocional de filhos e netos, penso pois, haver dois diferentes caminhos a serem trilhados.
Para quem é jovem e se sente pai, porque não basta ser, cria-se os filhos com elevado espirito de futuro. Faz parte desse futuro, uma boa escola, uma boa universidade, um bom relacionamento e chegamos a pensar nas amizades adquiridas pelos nossos filho, as boas e as más companhias, entre outros.
Em virtude de todo esse futurismo, deixamos de viver momentos maravilhosos com os filhos, momentos que se esvaem nos córregos do tempo e por certo, não voltarão a ocorrer novamente. É regra do tempo, o que passa, passou, não volta mais.
Sê avô é diferente. Você está pronto para absorver cada instante do neto ou no meu caso neta. Não deixo passar nada, curto cada momento que estamos juntos. Conto-lhe estórias que nem sei como as crio, de onde saem. São estórias de macacos, porquinhos, dragões, florestas, cavernas e muitas outras. O raciocínio não tem limite para tal.
Ela também me conta suas estórias, procura imitar-me até nos gestos. Rimos juntos, degustamos laranjas, morangos, tangerinas e seguimos curtindo a nossa presença em nós mesmos. Quanta delicia! Pena que o tempo não pare.
Nesse caminhar de avô, busco saborear cada instante com a minha neta. Tenho a impressão de que a minha vida se tornou mais efêmera do que antes. Procuro viver esses momentos da vida, junto dela, como se não houvesse o amanhã.
O tempo nos impõe isso. A cada até logo entre avós e netos, creio eu ser como uma despedida. Então peço por mais um amanhã, mais outro tempo, tempo sempre tão especial, para quem é, e quer ser avô.
Quando se é pai, acredita-se que há um longo caminho a ser percorrido. Acha-se também que há um tempo para tudo, durante todo o tempo. Mas quando se é avô, esse tempo não é tão longo assim. Por isso devoto todo o tempo disponível, para viver a honraria de ouvir da graciosa netinha: esse é o meu vovô. Com uma autoridade de quem descobriu na simples frase, o significado da posse. Bendita posse.
Rio, 12/08/2019
Postado por Antonio Feitosa dos Santos