O MÊS DE SETEMBRO
O mês entrante concentra aniversários de algumas pessoas que merecem destaque, já que as outras se esparramam em outros meses, foram ou serão oportunamente bem homenageadas. Aliás, em matéria de concentração de datas, no dia 21 de dezembro, eu e os netinhos Thomaz e Pedro assopraremos velinhas, sendo que as minhas, por economia de fôlego, serão apenas simbólicas. Para início de conversa, meu tio Fábio, irmão caçula do velho pai, estará assinalando a passagem dos 95 anos, no dia 16. Nem é tanta idade assim, pois tia Deborah já completou 102 anos, lá no Alegrete. Dia 26, meu netinho Vico completa 7 anos e, no dia 28, o primogênito Tiago fecha os 46 anos de idade. Muitas alegrias, é claro, mas não posso esquecer o vazio do dia 24 de setembro, quando minha irmã, Ana Maria, falecida aos 67, há pouco mais de dois anos, estaria festejando, feliz, sua mais esperada data. A esta altura já teria me telefonado, contando sempre com os 50 pilas que eu lhe dava, além do presente. 50 pilas que nunca sofreram correção monetária, inclusive porque ela nem precisava realmente. Como tínhamos 3 anos de diferença, Ana Maria estaria completando 70 anos de idade. Tenho, ultimamente, sonhado com ela. Como os amigos próximos sabem, Ana tinha alguns problemas de retardo e de pleno desenvolvimento, mas era inteligente, participante, atenta e sabia de cor a data de aniversário de parentes e amigos mais próximos. Conseguiu findar o Primário, sabia ler, acompanhava quase todas as novelas e era apaixonada pelo Tony Ramos, o “Fofão”. Consultava diariamente os advogados da família para saber se “estavam roubando”, quer dizer, se havia qualquer ato ou acontecimento que pudesse ser prejudicial ao artista, sobretudo ao par romântico folhetinesco pelo qual torcia. É um pedaço da minha alma que o destino suprimiu inesperadamente, mas que tenho o prazer de homenagear novamente.