(Imagem do Google)
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Manauaras
Na luta contra a natureza, o homem parece ganhar, sem se dar conta de que ao fim da peleja, ele seguramente será sempre o derrotado. A floresta fala e clama nas entrelinhas embora o homem faça dela o que quer. Em 1972 foram extraídos do nosso gigante amazônico mais de três milhões de metros cúbicos de madeira roliça para utilização das indústrias de serrarias, ameaçando a fauna, desamparando ao homem ribeirinho. O saque iniciou-se com a chegada dos europeus, na busca de especiarias, cravo, pimenta , canela, baunilha, alfavaca, comarim, madeiras nobilíssimas e tantos outros segredos da selva como a andiroba aquecida que cura erisipela, copaíba com mel de abelha sara qualquer bronquite, casca de jutaí reduz o volume da próstata, sacaca alivia os males do fígado, o guaraná, regenerador das células do cérebro...
O cacau que floresceu nas páginas de Jorge Amado é originário da Amazônia, ficou famoso quando foi levado para Bahia, a sensual graviola, o tucumã, pupunha, açaí e os pomposos cajus alimentando as crianças , há tantos que nem é preciso espantar os passarinhos, é bom que se deixem os bichinhos comerem à vontade pois eles ensinam quais cajueiros dão os mais doces frutos. Ficaria anos a fio descrevendo a riqueza dessa floresta, não tenho conhecimento para tanto e nem devo me estender muito.
Em outubro do ano anterior, fomos a Manaus, conhecer essa região do nosso país e já na chegada fomos muito bem acolhidas pelos receptivos manauaras, Maristela, Santuza e eu, amigas há longas datas de todas as horas, desde a época que ainda nem éramos senhoras...
Um Brasil novo até então para nós, as belezas foram nos chegando primeiramente com a generosidade dos manauaras, seguidos de uma visita ao suntuoso Teatro Amazonas, fiquei pensando por um momento nos seringueiros e seus trabalhos escravos, deixavam suas famílias em busca de trabalho e já chegavam aos seringais devendo a viagem de barco, as ferramentas para trabalhar, moradia, sós , ausentes das famílias e quanta gratidão senti, emociono-me facilmente e ali não poderia ser diferente. Com o dinheiro da borracha extraído também do suor desses guerreiros desconhecidos, ergueram-se o Teatro Amazonas e tantos outros palacetes no meio da selva. A borracha importava desde a boemia , vida noturna na cidade, com seus luxuosos cabarés onde o champanhe borbulhava e uma carícia mais "caliente" valia um fulgor de libras esterlinas às famosas companhias líricas da Europa que faziam temporadas no teatro. Mármores de Carrara, cristais da Baviera, vinhos franceses compunham esse ciclo.
Visitamos o MUSA, Museu da Amazônia, a beleza estava nas adversidades entre o serpentário e o borboletário, um momento de reflexão entre as forças do universo e quão distintos somos nessa cadeia que nos incendeia . Encantei-me com a Vitória- régia, tão sóbria, densa, elegante! Visitando esse braço da floresta, caminhando pelas trilhas , abraçada pelos sólidos troncos das árvores gigantescas, quão pequena me senti, e quanto orgulho de naquele momento ser uma conterrânea da magia desta floresta.
Estávamos em outro Brasil, banhadas pelas águas da Praia da Lua, no entardecer da Praia da Ponta Negra, tomando sorvete de puro açaí, o banho nas cahoeiras dos Igarapés, sem falar no saboroso tambaqui, matrinxã, acompanhados da pimenta murupi, tão bem servidos pelos manauaras. Uma das mais belas visões que pude contemplar foi o encontro das águas, entre os Rios Negro e Solimões, suas excelências despertam paixões, matizando nossos corações...
Nas bagagens de volta acomodaram-se saudades da aldeia indígena que conhecemos, carregaria aquele indiozinho em meu colo onde quer que ele estivesse, dos artesanatos indígenas, trago o colar multicor para uma grande amiga sabendo-se que esse seria um de seus amuletos, tamanhos seu amor e apreço a esses nossos conterrâneos irmãos . Ao simpático boto-cor-de-rosa deixaria meu semblante de uma face feliz, embora eu tenha ficado meio arredia em seu habitat.
Quando uirapuru canta, toda a floresta fica silenciosa...
Ouço-o daqui e você?
O cacau que floresceu nas páginas de Jorge Amado é originário da Amazônia, ficou famoso quando foi levado para Bahia, a sensual graviola, o tucumã, pupunha, açaí e os pomposos cajus alimentando as crianças , há tantos que nem é preciso espantar os passarinhos, é bom que se deixem os bichinhos comerem à vontade pois eles ensinam quais cajueiros dão os mais doces frutos. Ficaria anos a fio descrevendo a riqueza dessa floresta, não tenho conhecimento para tanto e nem devo me estender muito.
Em outubro do ano anterior, fomos a Manaus, conhecer essa região do nosso país e já na chegada fomos muito bem acolhidas pelos receptivos manauaras, Maristela, Santuza e eu, amigas há longas datas de todas as horas, desde a época que ainda nem éramos senhoras...
Um Brasil novo até então para nós, as belezas foram nos chegando primeiramente com a generosidade dos manauaras, seguidos de uma visita ao suntuoso Teatro Amazonas, fiquei pensando por um momento nos seringueiros e seus trabalhos escravos, deixavam suas famílias em busca de trabalho e já chegavam aos seringais devendo a viagem de barco, as ferramentas para trabalhar, moradia, sós , ausentes das famílias e quanta gratidão senti, emociono-me facilmente e ali não poderia ser diferente. Com o dinheiro da borracha extraído também do suor desses guerreiros desconhecidos, ergueram-se o Teatro Amazonas e tantos outros palacetes no meio da selva. A borracha importava desde a boemia , vida noturna na cidade, com seus luxuosos cabarés onde o champanhe borbulhava e uma carícia mais "caliente" valia um fulgor de libras esterlinas às famosas companhias líricas da Europa que faziam temporadas no teatro. Mármores de Carrara, cristais da Baviera, vinhos franceses compunham esse ciclo.
Visitamos o MUSA, Museu da Amazônia, a beleza estava nas adversidades entre o serpentário e o borboletário, um momento de reflexão entre as forças do universo e quão distintos somos nessa cadeia que nos incendeia . Encantei-me com a Vitória- régia, tão sóbria, densa, elegante! Visitando esse braço da floresta, caminhando pelas trilhas , abraçada pelos sólidos troncos das árvores gigantescas, quão pequena me senti, e quanto orgulho de naquele momento ser uma conterrânea da magia desta floresta.
Estávamos em outro Brasil, banhadas pelas águas da Praia da Lua, no entardecer da Praia da Ponta Negra, tomando sorvete de puro açaí, o banho nas cahoeiras dos Igarapés, sem falar no saboroso tambaqui, matrinxã, acompanhados da pimenta murupi, tão bem servidos pelos manauaras. Uma das mais belas visões que pude contemplar foi o encontro das águas, entre os Rios Negro e Solimões, suas excelências despertam paixões, matizando nossos corações...
Nas bagagens de volta acomodaram-se saudades da aldeia indígena que conhecemos, carregaria aquele indiozinho em meu colo onde quer que ele estivesse, dos artesanatos indígenas, trago o colar multicor para uma grande amiga sabendo-se que esse seria um de seus amuletos, tamanhos seu amor e apreço a esses nossos conterrâneos irmãos . Ao simpático boto-cor-de-rosa deixaria meu semblante de uma face feliz, embora eu tenha ficado meio arredia em seu habitat.
Quando uirapuru canta, toda a floresta fica silenciosa...
Ouço-o daqui e você?
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