RESPEITEM OS ANIMAIS
Este é um texto para os que desdenham animais de estimação. É claro, ninguém precisa gostar ou ter em casa, mas respeitá-los é o mínimo que se deve exigir de alguém civilizado. Se você adentra uma passagem própria de automóvel, através da calçada, para desembarcar passageiro ou realizar alguma entrega, o dono dos bichinhos tomará a iniciativa de afastá-los para evitar embaraços de tráfego na rua, mas entra na manha, suavemente, pois a preferência é sempre de seres vivos com relação a máquinas. Ademais, os “pets” são, no mínimo, uma extensão da pessoa. Os idiotas desconhecem. Já pagamos elevados impostos e taxas à municipalidade, inclusive para a limpeza urbana, por isto – e você não é autoridade pública – antes de reclamar disto ou daquilo com relação aos bichinhos, cuida da entrada da tua casa, da tua calçada, do teu jardim, da tua limpeza, que pessoas normais também tratarão de dedicar igual respeito. Não esqueçam que animais são seres irracionais, incumbe-nos atenção e zelo, evidentemente, mas ninguém é milagroso. Assim como crianças, também fazem as suas artes. É inevitável. Animais são seres sencientes, sujeitos de direitos naturais, segundo fixa o Estatuto dos Animais em vias de aprovação no Congresso Nacional: princípios há muitos anos já consagrados na DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITO DOS ANIMAIS. Sim, eu sei, vivemos em uma sociedade que desdenha até de seres humanos. Infelizmente. Mas, nem por isto, pode-se ignorar uma coisa também básica na afetividade humana e que decorre da vida natural. Os mal-amados e toscos não raro reclamam, assim como do ruído alegre das crianças e dos jovens; reclamam de deficientes e de velhos chatos - como estou treinando para ser. Só não reclamam da própria infelicidade e de sua absoluta falta de graça.