PRIMÓRDIOS DAS ACADEMIAS DE LETRAS

É curioso saber que a origem do nome “Academia”, na antiguidade, nada tinha a ver com o mundo literário. Esse nome é derivado de Academos, ou Hecademos, que foi um grande herói da Àtica, na Grécia antiga.

Conforme diz a lenda, uma bela jovem, chamada Helena, foi raptada de forma muito hábil e sorrateira. Toda a comunidade onde ela morava mobilizou-se, então, no afã de encontrá-la. Procuraram-na, em vão, por todas as partes, e quando todos já pensavam em desistir das buscas surgiu, repentinamente, a figura de Academo, que se prontificou a ajudar nas buscas.

Não demorou muito para que o herói a encontrasse num parque ajardinado, onde ele a resgatou com vida. Academo, que já havia se tornado herói por outros grandes feitos, tornou-se ainda mais famoso após o resgate. Para homenageá-lo, o local passou a chamar-se Academia.

Depois de algum tempo, o imortal filósofo Platão, que comumente se reunia com seus discípulos naquele parque, ou jardim, resolveu comprar um terreno muito próximo à Academia, e ali fundou uma organização cultural para melhor se concentrar em estudos com os discípulos e buscar a compreensão última do mundo.

Platão também decidiu denominar a escola de Academia, a qual passou a ser conhecida como a “Academia de Platão”. Esse foi o primeiro centro cultural do mundo, chamado Academia, fundada por volta do ano 385 a.C., e se manteve por vários séculos.

Com o passar do tempo, as academias passaram a ser edificadas pelo mundo afora, com o intuito de propagar literatura e mantê-las no mais elevado grau da arte humana, com ênfase para que o idioma de cada país pudesse melhor ser cultivado.

No Brasil, a primeira academia surgiu em Salvador, na Bahia, em 1724, e se chamava Academia Brasílica dos Esquecidos. A palavra “esquecidos” foi uma forma que os autores encontraram para protestar pela falta de maior apoio das autoridades. Essa academia foi extinta, justamente, por falta desse apoio financeiro por parte do governo. Entretanto ressurgiu, decantada no período da Renascença, em outros locais, principalmente no Rio de Janeiro, onde permanece até os nossos dias atuais, fazendo com que a escrita se perpetue revestindo a literatura com radiância e arte.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 28/07/2019
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