The War
Os Senhores da Guerra e o preço bélico pago em gotas de sangue.
A guerra tirou de mim, a oportunidade que eu tinha de viver em paz. Cada sussurro ouvido no meio da noite, no clarear ou transcorrer de mais um dia, não eram de vozes me chamando para voltar para casa, mas eram estampidos estourando ao redor de tudo, impactando no solo restos de projeteis trazendo com eles pedaços de vidas.
Estava ali, odiando quem nunca vi e tirando vidas de quem nunca me fez o mal, enquanto meus comandantes fumam charutos importados não sei de onde e bebem Bourbon, (O bourbon em inglês: bourbon whiskey ou simplesmente bourbon), também aportuguesado como burbom, é um uísque americano variedade de uísque típica dos Estados Unidos elaborado com um mínimo de 51% de milho.)presente de algum aliado para conter os nervos nas estratégias do combate.
Mas eu deixei o sofá da minha sala e o seio da minha família, e agora estava na linha de frente munido fuzil, pistola, granada, cantil, fotos da família, do cachorro e também de outros utensílios como: Medo, ódio e com a mente e o coração PROGRAMADO, para não sentir amor e nem ternura, mas codificado apenas para ver, mirar, atirar e abater sem o menor sentimento a não ser o da minha sobrevivência.
Munido de armas, sentia-me um Senhor de vidas, (mas não com o intuito de salvar meus inimigos), onde a minha trágica missão era destruí-los, para que os meus comandantes ficassem mais tempo saboreando charutos e bourbons com goladas que eu particularmente não estaria junto deles para também saborear.
Nossas baixas a ninguém importava tanto (estas eram vistas apenas como estatísticas de combates em perdas consideráveis) pois o comercio da guerra facilita as transações comerciais, na compra e venda de materiais bélicos para suprir o poder de destruição de todos.
Afinal, numa guerra, não existem vencedores, nem mesmo aqueles que se acham vitoriosos, pois a morte não pode ser comemorada ao sacrifício de uma ou de centenas de vidas. Não nascemos para isso, essa não era a principal fonte de vida para um povo que foi criado para crescer e multiplicar. Todavia, os valores do existir, se perderam em mesas de negociatas, em conchavos de mercantilismo e cada um espera que o seu PIB, seja satisfatório para que as mesmas negociatas nunca deixem de existir mesmo que para isso, corpos sejam lançados em campos de batalhas e voltem em sacos pretos com uma bandeira e um discurso fúnebre que não agradará a ninguém.
Eu vendo tanques, e compro armas teleguiadas e no fim, acabamos nos matando com os nossos próprios artifícios de imbecilidades, quer sejam por fronteiras e poços petrolíferos, por domínio de reservas onde contenha a maior concentração de riquezas naturais, e principalmente (isso na visão futurista) estaremos nos matando por poços, bacias, afluentes, reservatórios, cachoeiras e cascatas e tudo que envolva o maior volume de água.
Mas lá estava eu equipado como aqueles soldados que eu assistia nos filmes americanos, onde eles fabricavam heróis e sempre venciam pois o poderio americano tinha que ter supremacia(e ai faz-me lembrar Hitler) para mostrar ao mundo que eles são os heróis da liga da justiça, passando por cima de tudo que for contra aos seus pensamentos.
Não é à toa que eles exibem em todas as suas produções, a sua bandeira tremulando como se assim, estivessem mandando um visível recado ao mundo. O fato, é que continuamos nos matando, mas sem o privilégio dos charutos ou dos bourbons tão apreciados por quem nos manda defender nossas divisas, para que o invasor seja abatido muito antes de invadi-las.