Vida de mulher: a minha: e agora vovó .......

Nasci menina, num lar que já tinha a primogênita.

Minha mãe queria um menino... Mas tivemos que 'nos entender'.

e eu vim com uma boa 'carga' de inteligência emocional e autodefesa.

Então aprendi desde cedo a ser o que precisava, para não contrariar minha mãe, meu pai, minha irmã mais velha. O que não me impedia de 'me defender', sempre que sentia 'necessidade'.

Então desde cedo aprendi que tinha que ajudar em casa. Gostava de ler, o que foi um hobby que me acompanhou muito intensamente, até aos 25 anos. Leitura por hobby, lendo livros que contavam sobre aventuras, romances, sobre vidas... a palavra escrita sempre é mais bela que a realidade...

Até aos 25 anos de idade ajudei meus pais, meus irmãos, a mim mesma. Estudei, cuidei de casa e de meus irmãos; li tudo o que me veio às mãos; fui à igreja em todos os cultos que eu pude; fiz crochê, tricô, pintei panos de prato, para ajudar a comprar meus remédios de bronquite asmática...

Posso dizer que "lembrei do meu Criador, nos dias da minha mocidade..." ((Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;"(Eclesiastes 12:1)).

Aos 21 anos comecei a trabalhar de 'carteira assinada', como bancária, por dois anos. Já tinha visto o que eu 'não queria' para a minha 'vida profissional'. Então fiz concurso para o Fórum de minha cidade, e passei. E daí comecei minha trajetória profissional, que ia de 'vento em popa'...

Mas uma crente, temente a Deus, virgem, era uma 'tentação' aos incautos homens... e resolveram que eu deveria 'perder a minha virgindade'... Foi uma luta muito difícil para mim... sofri a tentação até o final e quando, já na 'garganta da cobra', despertei! E fui livrada! E descobri que precisa de ajuda. Então pedi a Deus a preparação de um esposo para mim. Tinha que ser da igreja, porque essa era a condição para que eu continuasse em 'comunhão' com minha irmandade cristã.

E assim foi. Deus preparou um casamento. E aos 25 anos me casei, virgem... Mas não inocente nem iludida de que a vida seria sem problemas. Sempre os tive! Então, o lar de paz, com um marido dominador não foi difícil para mim. Meu pai não era apenas dominador, era também autoritário, bravo, estressado... Mas muito bom pai, responsável com a esposa, os filhos, a irmandade a qual pertenceu em vida....

O casamento, aos 25 anos, já não me permitia ocupar tempo com Hobbies pessoais. Agora tinha uma casa para cuidar, um marido para dar conta, duas famílias para dar assistência. E ainda o trabalho, e a faculdade que fiz durante o primeiro casamento. Foi um bom período. Em que os plantios e colheitas se somatizaram. Então junto à faculdade de LETRAS, veio a primeira filha, no terceiro ano. Nos dois anos anteriores eu ia de moto. Mas com a gravidez compramos nosso primeiro carro. Um fusquinha amarelo. E eu aprendi a dirigir com a Carla de três meses, na minha barriga. Eu não tinha sentido ela mexer, ainda, pois não tinha muito 'tempo' para esses 'pequenos detalhes'... Então, depois de ter terminado o teste de rua/ com balisa, num gool mil 'seco', desci e fui à calçada; e Carla, então, deu três 'cutucadas' bem forte na minha barriga... kakaka... Acho que ficou estressada igual a mãe... Eita nós, né filha? rs

No último ano de faculdade Carla já tinha nascido, então o pai ajudou cuidando dela à noite, para eu poder terminar meu curso universitário. Conseguimos! Mesmo trabalhando como secretária de juiz, utilizando as prerrogativas da lei, fiz um requerimento para amamentar, então consegui amamentar Carla por um ano.

Camila nasceu em dezembro de 1993 e Carla em fevereiro de 1992. Depois do ano de amamentação, engravidei sem perceber. Então estava grávida. E o pai combinou que teríamos apenas dois filhos. E quando Camila estava já em nascimento, na mesa de parto, ele chegou e me lembrou do nosso combinando, para que então fosse feita a laqueadura, com a qual eu concordei. Carla eu tive com 29 anos. E Camila, com 31 anos. Quanto Camila nasceu a bronquite foi sumindo, sumindo, rareando até desaparecer por completo. Poucas gripes fortes tive depois disso... E as alergias nas vias respiratórias e na pele também desapareceram. Apesar de ter a pele muito branca; morar num lugar de muito sol; posso dizer que, pra minha idade, tenho uma pele muito boa e saudável. Graças a Deus! Mas eu faço a minha parte para cuidar-me com respeito e carinho...

Mas o primeiro casamento teve fim; e mui grande foi meu sofrimento; e então eu fiquei sabendo o que seja o 'fundo do poço de uma terrível e profundamente doída, depressão'......... Nem dá pra falar muito... Pois nenhuma palavra pode descrever o quanto é tenebroso, difícil... Não se sai ileso dum 'vale de tormentos' como esse... e não sai... As sequelas e as forças que me acompanharam para vencer, fizeram de mim uma outra pessoa, uma outra personalidade, uma outra mulher...

Tive que aprender a me 'virar' para cuidar da minha vida profissional, financeira, de mãe, e de mulher em depressão, com uma angústia no peito que me acompanhava, como um 'espinho entalado no coração' a cada minuto do meu dia acordado... Acho que por isso não consegui dizer 'não' ao segundo casamento. Que, apesar de todos os avisos que recebi, inclusive em sonhos, revelações, Palavra na igreja, conselhos de amigos-irmãos; nada me dissuadiu... Tinha dado a minha palavra! Como agora, poderia dizer: - Não?!... Não tive como. Tive que 'enfrentar'... E se alguma coisa mais faltava para me machucar, chegou ai. O casamento era bom, mas os 'demônios' me invadiram e foram pra o Fórum para me fazer sofrer. O medo, o pânico, o terror, me acompanharam; mas a vivência marital era boa... Incrível, mas era... na frente uma beleza, por trás, um traidor, falso, mentiroso... Fazer o quê? Não conseguiu manter sua 'pose' de homem santo e honrado, por mais de oito anos e meio comigo... então a 'carapuça' caiu... e Deus me livrou dele.... Mas a guerra espiritual que tinha se instalado em minha vida mental/sensorial, ainda levou alguns anos para Deus me ajudar a vencê-la... E devido a todo o estresse vivenciado, que se desenrolara durante o período de minha função/cargo de escrivã judicial, acabei doente, e fui afastada do cargo.... Passei por vários setores do Fórum.... E isso me trouxe uma abrangência importante, ampliando ainda mais minha visão sobre o ambiente, que não havia sido salubre durante o meu período como escriva... Afastada por um ano, em tratamento médico e respondendo a processo administrativo, venci e quando voltei ao trabalho, retornei pelo Juizado Especial onde, a pedido do Juiz da Vara, meu chefe imediato, desenvolvi a função de Conciliadora, sem nomeação, porque o cargo de Escrivã Judicial é superior ao de conciliador; então fui 'aproveitada' nessa função. E fiquei nesse cargo até poucos meses antes de sair minha aposentadoria, que aconteceu em 27 de maio deste ano de 2019. Foram 33 anos de Tribunal de Justiça. Uma Faculdade de Direito, onde a prática excede em muito o conhecimento teórico. Onde aprendi a ser juíza e advogada de fato, porque ler, escrever e interpretar é coisa de Juiz e Advogado, e apesar de não ter o curso de Direito, tinha o de Letras, e os livros para ler, aprender e aplicar.......

Concisão? Como? Meio difícil numa crônica, onde quero chegar até minha vida de avó; deixar pra trás o que me trouxe, de alguma maneira, a este meu estado atual, não me permite ser menos detalhista... rs

Ser avó foi algo rico, que aconteceu depois de nove anos da Carla ter se casado. O casamento dela foi realizado em 05 de julho de 2008. Casou com 16 anos. A festa foi linda. Então ela embora para outra cidade, onde pôde cursar Pedagogia. Também estudou música. E depois de alguns anos como professora, hoje está como vice-diretora da escola em que trabalha desde 2013. É também organista na igreja. E seu marido é musico da orquestra da CCB, também. Vivem bem. Carla é muito responsável e consciente. E resolveu que não teria filhos logo. Foram nove anos de casamento, quando então ela se sentiu 'pronta', e começou a se preparar para engravidar. E aconteceu em 2016, com Fernando, meu amado neto, nascendo em nove de maio de 2017. Eu não sabia o que era profundo amor, pois como mãe tinha a grande responsabilidade, e as dores, ou incômodos, que me acompanharam com a gestação, nascimentos, e tudo o que acarreta a uma mãe, com o nascimento de seus filhos: dedicação, responsabilidades, trabalhos, carinho, amor, cuidados... trabalho... rs

Então ser vovó foi mesmo um grande e maravilhoso presente que DEUS deu em minha vida. Mas nada é fácil nessa vida. Fernando é saudável, porém deu trabalhos para Carla e Túlio. Mas agora, com dois anos, quatro meses e alguns dias, está esperto, superativo, falante, curioso, e fazendo a 'vovozona' voltar a ser criança de novo, pra brincar de chutar bola com ele.

E viva os filhos, as mamães, os papais, e os avós, que se alegram com seus netinhos.... Deus nos abençoe! Deus abençoe e proteja as família! Amém!!!