PRECONCEITO

Detesto preconceito. Desde muito jovem, abominava a segregação racial em território norte-americano e em outros tantos espaços, assim como conflitos étnicos e religiosos, especialmente africanos, com requintes de barbarismo. Como boa parte da humanidade, causava-me enorme repulsa a perseguição ao povo judeu, que atingiu culminância com Hitler e o nazismo. Atualmente, o terrorismo patrocinado por fanáticos religiosos de origem muçulmana merece vigilância, mas fico indignado com discriminação ao povo árabe, que, tanto quanto o negro, o judeu, o alemão, o italiano, o polonês, o português e o indígena constituem a essência da alma nacional, o desenho do perfil brasileiro. Respeito gays, católicos, espíritas, umbandistas, evangélicos, muçulmanos, politiqueiros aloprados, de boa-fé. Mas não é lícito confundir. O fato de ter consideração por este ou por aquele não confere direito a ninguém de tentar impingir-me ideias ou modo de agir. Não sou obrigado a aplaudir qualquer um só por ser minoria ou diferente. Sou um tanto chato nas minhas manias de convívio, demando meus espaços e conveniências, ninguém é forçado a gostar ou achar bonito e não dou bola para eventuais críticas. Enfim, cada um no seu quadrado. O sujeito democrata, pluralista, mente aberta, que despreza os animais, também merece a forca. O preconceito é atraso cultural que a educação correta deverá minimizar para o bem da humanidade, mas atropelar o indivíduo com o fito de estandardizar comportamentos ou anular particularidades e preferências é agravo social tão ou mais deletério.