(Imagem do Google)
Florescer
Ano de 1992, fui agraciada com a notícia de uma segunda gravidez, transcorridos doze meses de um aborto espontâneo, mais doloroso para alma do que para o corpo.
Chegara o tempo de florescer...
Contentamento excessivo de meus pais que até então eram somente avós das crianças de toda a vizinhança. Lembro-me das lágrimas de minha saudosa mãe Maria Teresa, quando lhe confidenciei o estado de graça em que me encontrava, visto que gravidez não se comemorava antes dos três primeiros meses de gestação , diziam os médicos, se não me falha a memória ainda o dizem.
Final de 1989, 22 candidatos concorrendo à presidência da República, dentre eles o dono do Baú que tivera sua candidatura impugnada. Foi eleito aquele que seria o "caçador de marajás", prática corriqueira em nosso país, "faça o que eu digo , mas não faça o que eu faço". Fora destítuído do cargo sem perder a arrogância daqueles que se auto-intitulam paladinos da ética. Não sendo marajá que deveria ser cassada, trabalhava todas as manhãs e as noites também.
Professores estendem trabalhos às suas moradas . Quando nas madrugadas vires uma luzinha num úncio apartamento em edifícios de múltiplos andares, seguramente ali reside um professor.
O corpo se expandia, dilatava, viajava por alguns segundos em sala de aula , já com olhar clínico presumia o rostinho da minha menina...
Embora haja controvérsias relacionadas ao combativo capitão do exército romano, minha pequena Luísa nasceu em 23 de abril, considerados por muitos como o dia de São Jorge. Os melhores momentos foram aqueles em que ficávamos a sós, nos contemplando no sublime gesto da amamentação. Exatamente dois anos após seu nascimento, chegara João Paulo, tão esperado e amado quanto sua irmã. Apoiava um no colo, segurava a mão do outro e vice versa, lia para eles as mais belas estórias; invadida pelo cansaço , cochilando, narrava finais adversos aos persongens citados , Monteiro Lobato que não nos ouça, segredos lhes confidenciados anos depois. Assistíamos algumas vezes ao "Cocoricó" na Rede Cultura: - "...o Júlio na gaita e a bicharada no vocal"..., gostava tanto quanto eles! Desafinava nas cantigas de ninar, entretanto a melodia mais afinada atualmente é o barulhinho da fechadura quando entram em casa, brota aquela sensação zelosa do ventre materno por algumas horas. Algumas horas, senhora...
Meus agradecimentos ao poeta Fernando A Freire pela sua primorosa interação.
As verdadeiras mães e seus cordões umbilicais invisíveis. Considero-as criaturas divinais, sagradas, santificadas... Todas, admiráveis e materialmente incansáveis. Comparo-as, sempre, à nossa Mãe-Terra, que não para de girar, e planta, e colhe, e nos alimenta, e nos aquece, e nos ensina, e nos banha, e nos esconde do Sol quando nos põe a dormir, e nos desperta a seguir, e muda nossa vestimenta, e nos protege de eventual tormenta. Curvo-me ao Belo. Curvo-me às mães consagradas deste Planeta. Não vou dizer mais nada sobre o seu texto. Apenas o li, enquanto Deus já o tomava para Si. Grande abraço.
(Imagem do Google)
Contentamento excessivo de meus pais que até então eram somente avós das crianças de toda a vizinhança. Lembro-me das lágrimas de minha saudosa mãe Maria Teresa, quando lhe confidenciei o estado de graça em que me encontrava, visto que gravidez não se comemorava antes dos três primeiros meses de gestação , diziam os médicos, se não me falha a memória ainda o dizem.
Final de 1989, 22 candidatos concorrendo à presidência da República, dentre eles o dono do Baú que tivera sua candidatura impugnada. Foi eleito aquele que seria o "caçador de marajás", prática corriqueira em nosso país, "faça o que eu digo , mas não faça o que eu faço". Fora destítuído do cargo sem perder a arrogância daqueles que se auto-intitulam paladinos da ética. Não sendo marajá que deveria ser cassada, trabalhava todas as manhãs e as noites também.
Professores estendem trabalhos às suas moradas . Quando nas madrugadas vires uma luzinha num úncio apartamento em edifícios de múltiplos andares, seguramente ali reside um professor.
O corpo se expandia, dilatava, viajava por alguns segundos em sala de aula , já com olhar clínico presumia o rostinho da minha menina...
Embora haja controvérsias relacionadas ao combativo capitão do exército romano, minha pequena Luísa nasceu em 23 de abril, considerados por muitos como o dia de São Jorge. Os melhores momentos foram aqueles em que ficávamos a sós, nos contemplando no sublime gesto da amamentação. Exatamente dois anos após seu nascimento, chegara João Paulo, tão esperado e amado quanto sua irmã. Apoiava um no colo, segurava a mão do outro e vice versa, lia para eles as mais belas estórias; invadida pelo cansaço , cochilando, narrava finais adversos aos persongens citados , Monteiro Lobato que não nos ouça, segredos lhes confidenciados anos depois. Assistíamos algumas vezes ao "Cocoricó" na Rede Cultura: - "...o Júlio na gaita e a bicharada no vocal"..., gostava tanto quanto eles! Desafinava nas cantigas de ninar, entretanto a melodia mais afinada atualmente é o barulhinho da fechadura quando entram em casa, brota aquela sensação zelosa do ventre materno por algumas horas. Algumas horas, senhora...
Meus agradecimentos ao poeta Fernando A Freire pela sua primorosa interação.
As verdadeiras mães e seus cordões umbilicais invisíveis. Considero-as criaturas divinais, sagradas, santificadas... Todas, admiráveis e materialmente incansáveis. Comparo-as, sempre, à nossa Mãe-Terra, que não para de girar, e planta, e colhe, e nos alimenta, e nos aquece, e nos ensina, e nos banha, e nos esconde do Sol quando nos põe a dormir, e nos desperta a seguir, e muda nossa vestimenta, e nos protege de eventual tormenta. Curvo-me ao Belo. Curvo-me às mães consagradas deste Planeta. Não vou dizer mais nada sobre o seu texto. Apenas o li, enquanto Deus já o tomava para Si. Grande abraço.
(Imagem do Google)