Doce Casulo

Depois de tamanha peregrinação, aqui estou novamente no meu doce casulo. Local simples, rústico, desprovido de qualquer luxo, contudo é onde sinto à vontade e desfruto imensa paz que inunda o meu ser. No presente é onde vou formando a minha identidade, pois afinal de contas, sem uma residência é impossível termos um registro geral, pois em qualquer estabelecimento perguntam nosso nome e em uníssono vão logo perguntando endereço. Sendo assim, Mucuri e o Pôr do Sol complementam minha identidade.
Ah como eu estava sentindo saudade de tudo isso. Nesse exato momento, estou aqui na quitinete, da janela vejo e ouço a doce sinfonia dos canários, que com seus gorjeios não cessam de louvar o Criador. As árvores excitadas pelo doce roçar da brisa proveniente do mar. O sol alegre e sorridente que cintilando vai o dia. O céu azul com alguns flocos de algodão contrasta o firmamento. De repente no ar, sinto em minhas narinas, o cheiro silvestre do campo.  A senhora que da caminhada chega e parte rumo a Feiosinha para se refrescar.
Falando em caminhada, faz cinco dias que retornei, mas ainda não fui ver o meu eterno companheiro, meu querido Mar, que muitas das vezes, deste-me seu ombro amigo para que eu pudesse desabafar. Era nele que várias vezes encontrava com a minha adorável Inspiração, pois sem ela, seria impossível eu escrever alguma coisa.
Preciso urgentemente revê-lo para que possa saciar por completo a minha saudade. Ver as ondas, que como um champanha vai alquebrando na praia. O doce caminhar que de forma descomprometida vai tocando os pés na areia, enquanto a tenra brisa roçando vai a nossa face. Os pescadores que com seus barquinhos transitam em busca de provisões.
Ah, como é tudo mágico e encantador. Depois de muitas andanças, aqui estou meu Doce Casulo.
 
 
 

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 05/07/2019
Reeditado em 05/07/2019
Código do texto: T6689095
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