O BRASIL PRECISA DE UMA GUERRA CIVIL

Enlouqueci? Não, a “guerra civil” de que cogito não envolve armas, confrontos fatais e sangue, nada a ver, bem ao contrário. A beligerância não leva a nada e destrói. O título é chamativo para indicar que vivemos em um tempo confuso e movediço, no qual precisamos lutar frequentemente para defender com unhas e dentes direitos, valores, princípios, consideração e respeito. Sem agressividade, mas com veemência e perseverança. Qual o sentido de uma briga de trânsito por uma barbeiragem inconsequente? Por que iria evitar ou, então, atacar amigo A ou B pelo fato de ser torcedor ardente de time de futebol que não o meu ou de linha política que me desagrada? E o que dizer de diferenças de raça, religião ou mesmo de opção sexual? O que tais disputas acrescentam em matéria de evolução ou vida melhor? E por que o pobre teria de odiar o rico ou o rico desprezar os menos afortunados? Qual seria o mérito ou o sentido destes confrontos? Isto tudo é coisa de século passado e da mais contundente ignorância. O fato de alguém empilhar títulos acadêmicos não confere primazia a ninguém. Sempre achei que os burros são mais perigosos que os “iluminados”, pois são geralmente mais discretos e em grande quantidade, mas os “sábios” deformados são células cancerosas terríveis. A nossa guerra civil é aquela luta pacífica, mas constante, para impor respeito, exigir a atenção devida, salvaguardar prerrogativas, demonstrando o óbvio: ninguém é melhor do que ninguém, todo ser humano é merecedor de um tratamento digno, combatendo-se abusos. A boa educação fornece conhecimentos e instrumentais básicos para que todos possam fazer valer seus direitos, razão de sua enorme relevância. É uma guerra civil, sim, que aos poucos emerge nos países terceiro-mundistas, onde a prepotência espraiou-se em função da passividade e do temor secular. Vale para o Brasil e muitos outros.