Domingo de Futebol
Interessante como é mágico esse mundo do futebol. Irei explicar-vos como que nasceu o meu encanto pelo Clube Atlético Mineiro, clube pelo qual sou fã de carteirinha.
Foi algo puramente mágico, não foi do modo tradicional, onde os filhos geralmente aprendem a torcer pelos times que os pais torcem.
O meu padrasto, a pessoa pela qual considero meu pai, o Alípio, nascera na cidade de Conselheiro Pena-MG e muito pouco interesse tinha pelo futebol. A minha mãe, Nilda, nascera no estado da Bahia, na cidade de Vitória da Conquista e também nenhum interesse tinha pelo futebol. E eu viera nascer na cidade do Prado-BA.
Acontecera que no ano de 1970 eu passei a morar no barracão da dona Ritinha, que ficava em frente da av. Magalhães Pinto na cidade de Coronel Fabriciano-MG e foi ali que começou a nascer o meu encanto pelo galão da massa.
Do outro lado da divisa, tinha sempre um rádio que transmitia os jogos do Atlético. Nunca vi quem era, mas imagino que lá do outro lado, deveria ter alguém que era torcedor do atlético. Do lado de cá, sempre eu ficava atento, quando começava a transmissão dos jogos do atlético e de tanto ouvir os jogos, que passei a ter simpatia pelo galo e passei a torcer pra ele.
Como todo bom torcedor, eu também tinha um sonho de ver um jogo do atlético no estádio do Mineirão em Belo Horizonte e esperava que um dia eu pudesse realizá-lo, uma vez que a cidade de Coronel Fabriciano ficava 200 quilômetros da capital mineira.
E graças ao nosso bom Deus, esse dia chegou. No dia 26 de outubro de 1980, começamos nossa jornada rumo ao Mineirão. Era a final do Campeonato Mineiro de 1980 entre o Atlético e o Cruzeiro e saímos de Coronel Fabriciano rumo a nossa meta. Éramos os três que viajavam para assistir esse feito, Eu, o meu mano Roberto, cuja alcunha é Careca e o meu cunhado, que na época era namorado da minha irmã Geraldo Majela. Não errei a escrita, o magela é com j mesmo, infelizmente devem ter errado o nome dele quando foram batizá-lo e trocaram o g pelo j.
Por volta das 13 horas chegamos no nosso tão almejado Mineirão. Parecia tudo um sonho, tudo novo, tudo muito empolgante. Eu até acho estranho hoje, trocaram as arquibancadas pelas cadeiras e o máximo de pessoas que podem assistir o jogo hoje é em torno de 62.000 pessoas. Naquele domingo, tinha mais de 115.000 pessoas no Mineirão, ou seja, para ser mais preciso tinham exatamente 115.983 torcedores para assistir aquele espetáculo. Nunca tinha visto tanta gente reunida num só lugar, era como se tivesse toda a cidade de Coronel Fabriciano reunida ali naquele local.
Eu estava simplesmente estupefato, era tudo vibrante, grande era a magia que eu sentia ali dentro daquele caldeirão. As torcidas cantando, gritando o nome do seu time, as charangas que ditavam o ritmo das músicas, as bandeiras tremulando pra lá e pra cá, a impressão que eu tinha, que com tanta gente dentro daquele local, o Mineírão simplesmente tremia, e no meio dessa vibração toda, estávamos nós três ali esperando pelo tão sonhado jogo. O mano era cruzeirense, mas teve que se render a maioria e assistiu o jogo com a gente sentado nas arquibancadas do galão da massa.
Foi o maior foguetório quando os times entraram em campo, lá na arena 22 gladiadores iriam digladiar entre si. Defendendo o escudo do Atlético tinham os seguintes soldados: João Leite, Orlando, Osmar Guarnelli, Luisinho, Jorge Valença, Pedrinho, Chicão, Toninho Cerezo, Palhinha, Éder Aleixo e o grande fenômeno Reinaldo. Pelo lado do Cruzeiro, eram os seguintes gladiadores: Luis Antônio, Zé Carlos, Zezinho Figueroa, Marquinhos, Luis Cosme, Nélio, Mauro, Alexandre, Carlinhos, Roberto César e Joãozinho.
Costumo dizer nas minhas crônicas que tem coisas que irão ficar para sempre guardados na minha memória, e esse jogo não poderia ser diferente, e sempre ficará eternizado na minha mente.
Alvimar Gaspar dos Reis soara o apito dando início aquele combate. O jogo estava muito competitivo, muito dividido, jogo muito truncado, com a maior parte dele sendo desenvolvido no meio de campo. a disputa era tal que que acabou sobrando para o Chicão e o Marquinhos que levaram cartão vermelho, sendo expulsos. O único gol da partida iria surgir no primeiro minuto do segundo tempo. A bola estava quase saindo na linha de fundo, quando Toninho Cerezo com muito esforço conseguiu alcançar a bola e fazer o cruzamento, a bola foi voando, voando e foi parar lá onde a coruja dorme, encobrindo o goleiro Luis Antônio que nada pode fazer e teve que se contentar, vendo a bola no fundo do barbante. Era o tão desejado gol do galo, a massa inflamou, levantou e mais que nunca as bandeiras continuaram tremulando e a galera cantando: galooooooooo, galooooooooooo, galooooooooooo. O cruzeiro até que tentou, mas a vitória do galão iria ser consumada pelo aquele placar magro 1 x 0.
Tudo muito lindo, tudo muito louco, tudo muito mágico, mas agora realizado o nosso sonho, partíamos de volta para a nossa cidade, sendo dessa vez, o nosso mano, a nossa vítima e fomos zuando o coitadinho durante as 4 horas de viagem.
Interessante como é mágico esse mundo do futebol. Irei explicar-vos como que nasceu o meu encanto pelo Clube Atlético Mineiro, clube pelo qual sou fã de carteirinha.
Foi algo puramente mágico, não foi do modo tradicional, onde os filhos geralmente aprendem a torcer pelos times que os pais torcem.
O meu padrasto, a pessoa pela qual considero meu pai, o Alípio, nascera na cidade de Conselheiro Pena-MG e muito pouco interesse tinha pelo futebol. A minha mãe, Nilda, nascera no estado da Bahia, na cidade de Vitória da Conquista e também nenhum interesse tinha pelo futebol. E eu viera nascer na cidade do Prado-BA.
Acontecera que no ano de 1970 eu passei a morar no barracão da dona Ritinha, que ficava em frente da av. Magalhães Pinto na cidade de Coronel Fabriciano-MG e foi ali que começou a nascer o meu encanto pelo galão da massa.
Do outro lado da divisa, tinha sempre um rádio que transmitia os jogos do Atlético. Nunca vi quem era, mas imagino que lá do outro lado, deveria ter alguém que era torcedor do atlético. Do lado de cá, sempre eu ficava atento, quando começava a transmissão dos jogos do atlético e de tanto ouvir os jogos, que passei a ter simpatia pelo galo e passei a torcer pra ele.
Como todo bom torcedor, eu também tinha um sonho de ver um jogo do atlético no estádio do Mineirão em Belo Horizonte e esperava que um dia eu pudesse realizá-lo, uma vez que a cidade de Coronel Fabriciano ficava 200 quilômetros da capital mineira.
E graças ao nosso bom Deus, esse dia chegou. No dia 26 de outubro de 1980, começamos nossa jornada rumo ao Mineirão. Era a final do Campeonato Mineiro de 1980 entre o Atlético e o Cruzeiro e saímos de Coronel Fabriciano rumo a nossa meta. Éramos os três que viajavam para assistir esse feito, Eu, o meu mano Roberto, cuja alcunha é Careca e o meu cunhado, que na época era namorado da minha irmã Geraldo Majela. Não errei a escrita, o magela é com j mesmo, infelizmente devem ter errado o nome dele quando foram batizá-lo e trocaram o g pelo j.
Por volta das 13 horas chegamos no nosso tão almejado Mineirão. Parecia tudo um sonho, tudo novo, tudo muito empolgante. Eu até acho estranho hoje, trocaram as arquibancadas pelas cadeiras e o máximo de pessoas que podem assistir o jogo hoje é em torno de 62.000 pessoas. Naquele domingo, tinha mais de 115.000 pessoas no Mineirão, ou seja, para ser mais preciso tinham exatamente 115.983 torcedores para assistir aquele espetáculo. Nunca tinha visto tanta gente reunida num só lugar, era como se tivesse toda a cidade de Coronel Fabriciano reunida ali naquele local.
Eu estava simplesmente estupefato, era tudo vibrante, grande era a magia que eu sentia ali dentro daquele caldeirão. As torcidas cantando, gritando o nome do seu time, as charangas que ditavam o ritmo das músicas, as bandeiras tremulando pra lá e pra cá, a impressão que eu tinha, que com tanta gente dentro daquele local, o Mineírão simplesmente tremia, e no meio dessa vibração toda, estávamos nós três ali esperando pelo tão sonhado jogo. O mano era cruzeirense, mas teve que se render a maioria e assistiu o jogo com a gente sentado nas arquibancadas do galão da massa.
Foi o maior foguetório quando os times entraram em campo, lá na arena 22 gladiadores iriam digladiar entre si. Defendendo o escudo do Atlético tinham os seguintes soldados: João Leite, Orlando, Osmar Guarnelli, Luisinho, Jorge Valença, Pedrinho, Chicão, Toninho Cerezo, Palhinha, Éder Aleixo e o grande fenômeno Reinaldo. Pelo lado do Cruzeiro, eram os seguintes gladiadores: Luis Antônio, Zé Carlos, Zezinho Figueroa, Marquinhos, Luis Cosme, Nélio, Mauro, Alexandre, Carlinhos, Roberto César e Joãozinho.
Costumo dizer nas minhas crônicas que tem coisas que irão ficar para sempre guardados na minha memória, e esse jogo não poderia ser diferente, e sempre ficará eternizado na minha mente.
Alvimar Gaspar dos Reis soara o apito dando início aquele combate. O jogo estava muito competitivo, muito dividido, jogo muito truncado, com a maior parte dele sendo desenvolvido no meio de campo. a disputa era tal que que acabou sobrando para o Chicão e o Marquinhos que levaram cartão vermelho, sendo expulsos. O único gol da partida iria surgir no primeiro minuto do segundo tempo. A bola estava quase saindo na linha de fundo, quando Toninho Cerezo com muito esforço conseguiu alcançar a bola e fazer o cruzamento, a bola foi voando, voando e foi parar lá onde a coruja dorme, encobrindo o goleiro Luis Antônio que nada pode fazer e teve que se contentar, vendo a bola no fundo do barbante. Era o tão desejado gol do galo, a massa inflamou, levantou e mais que nunca as bandeiras continuaram tremulando e a galera cantando: galooooooooo, galooooooooooo, galooooooooooo. O cruzeiro até que tentou, mas a vitória do galão iria ser consumada pelo aquele placar magro 1 x 0.
Tudo muito lindo, tudo muito louco, tudo muito mágico, mas agora realizado o nosso sonho, partíamos de volta para a nossa cidade, sendo dessa vez, o nosso mano, a nossa vítima e fomos zuando o coitadinho durante as 4 horas de viagem.