"COJONES"

Ter “cojones” quando o sujeito está drogado, bêbado, desatinado no trânsito ou possui temperamento desequilibrado é só porcaria, praticamente tanto quanto praticar feminicídio ou latrocínio: a punição infernal é pequena, tanto quanto outras sanções deste mundo. O triste mesmo é contemplar um novo tempo de acomodações, conveniências e silêncio, quando se trata de assumir posições mais vigorosas no campo das ideias, da moral, das lides agremiativas, da família, da comunidade e da pátria. Pois é aí que “a porca torce o rabo”, como diria minha mãe. Poucos arriscam posições e interesses, aliás, nem querem perder muito tempo, tem cônjuge, filho, casa, novela e os “altos interesses do trabalho”. É a grande diferença entre os que avançam e os que recuam ou nem se alteram – movimentos, enfim, que ditam a evolução das sociedades. Da mulher e do homem. O “isto não é comigo” é um mal dos povos subdesenvolvidos ou de quem apenas almeja uma vida pachorrenta. É um campo extraordinário para os espertos, espaçosos e autocráticos. Você pode ter um amigão do peito em posição privilegiada, mas se for um tipo “sin cojones”, é melhor esquecer expectativa de qualquer apoio efetivo ou ajuda útil. Infelizmente. Há muitas mulheres com “cojones” e fazem merecido sucesso. Não voto mais, há bom tempo, nem para clube de futebol, corporação ou concurso de Miss em quem não demonstra ter um mínimo disto. Mas, como sempre, existem os que acham que têm. Creio, contudo, que é fácil distinguir. Enfim, amigos, fazer um ou outro gol contra faz parte.