BABACAS

Como na vida comum, o mundo virtual comporta babacas. Poucos, mas existem. Na vida real, pode inexistir um liame qualquer entre as partes, mas no Facebook, as amizades são adicionadas ou por terem sido pedidas ou, então, em virtude de circunstâncias sociais diversas em que você mesmo convida. Não é o mesmo que encontrar eventualmente um babaca no ônibus ou fila de banco. Normal. Mas, nestes meus longos anos de militância internética, três ou quatro indivíduos, gratuitamente, colocaram-se a faixa de babacas com certo “esplendor”. Não é concebível, decente, admissível que pessoas incapazes de te dar uma atenção positiva num mísero momento, arvorem-se no “direito” de fazer crítica, insinuação ou gracinha. Não interessa se o assunto for futebol, política, vida social ou pessoal: é coisa para íntimos ou para quem habitualmente interage, jamais para quem acha que pode fazer e acontecer impunemente na rede, mesmo que tenha mínima dose de razão. Não me surpreende a falta de decoro ou o egocentrismo estúpido, que pulula em todos os cantos e que detectamos no dia a dia das nossas atividades. O que me surpreende é a desfaçatez dessa parcela muito pequena de humanos, que assume, na maior cara de pau, a condição de “amigo” e, invadindo teu espaço privativo, despeja seu recalque, ignorância ou amolação. Rezam por aquela cartilha de que “o papel aceita tudo”. Qualquer verdadeiro amigo pode agir assim, em dada situação, você irá compreender, mas desrespeito é triste: há prerrogativas que só se conquistam com efetiva participação, equilibrada e justa. Pouquíssimos eu deleto, com outros até debato – se tiver tempo e saco – mas dois ou três, no máximo, deixo de molho, na esperança ainda de uma recuperação. Honestamente, não estou incomodado: por sorte, são ínfimos no meu rol. Apenas escrevo este texto porque sei que o problema é bem amplo e atucana muita gente. Na vida real você não “mata”, no mundo cibernético sim. Mas não tenho “dedo leve” no gatilho.