Palavra Solta – duras palavras

Palavra Solta – duras palavras

*Rangel Alves da Costa

Você disse que nesse erro não incorreria mais. Mas fugir do errado pareceu incapaz. E do errado se lambuzou e pediu mais. E agora chora entre soluços e ais. Quem mandou fazer assim? Quem mandou atravessar a estrada e chegar ao fim? Ora, sabia que o perfume não era de jasmim e que as flores mortas não eram de jardim? Chora por que, se eu mesmo lhe chamei e disse a você que pensasse duas vezes antes de um novo erro cometer? Chorar por que se a culpa é somente sua e não do que deseja ser? Era fim de tarde, estava na brisa e quis a tempestade. Era amanhecer, mas não se contentou com o resplandecer, fugiu da luz para o anoitecer e se perdeu no breu até desaparecer. Quer um conselho? Então se olhe agora mesmo no espelho. Não é batom isso que está vermelho, mas o sangue do erro descendo além do joelho e sobre a terra lhe deitando por viver em grupelho. Se quer levantar, então escolha o bom amigo para lhe acompanhar. Alguém que dê a mão e não lhe tire o coração. Alguém que na palavra lhe dê um abrigo e que em cada ação se mostre ser amigo.

Escritor

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