A NOITE EM QUE EU SOFRI MAIS DO QUE SOVACO DE ALEIJADO...

Ontem a essa hora, aproximadamente, eu havia acabado de chegar a uma vigília em João Pessoa PB, no templo maior da Igreja Universal da capital, ao qual fui convidado marcar presença por amigos evangélicos dessa congregação. Amigos religiosos de Queimadas PB, mas todos "clientes" do Bispo mercenário, Edir Macêdo. Confesso que fui mais na intenção de conhecer o lugar propriamente dito, pois orar não é muito a minha "praia".

O problema é que, ao chegar lá, me deparei com uma situação no mínimo, estranha para mim. O espaço estava praticamente tomado por jovens eu diria, um tanto "esquisitos", daqueles que ao avistá-los na rua muita gente logo teme e procura evitá-los. Segundo a igreja, é uma tentativa de resgatar essa escória... digo, esse povo "inocente" de Deus e vítima da sociedade, mas que tão logo encontram o caminho da criminalidade, da prostituição e das drogas. Bom, sobre tentar resgatar algo que muitos já dão por perdido, eu, particularmente (e aqui fazendo uma breve analogia), quando vejo uma fruta podre na minha fruteira eu procuro jogar fora, sem pensar duas vezes, mas tudo bem.

No início, até que deu pra socializar um pouco, na medida em que eu procurava ignorar algumas palhaçadas que via no palco. Era gente visivelmente encenando situações de possessão, de onde saiam rindo depois, num completo ato de desrespeito à minha inteligência e senso crítico. E não foi somente isso. Pra piorar, a igreja resolveu confinar todo mundo no interior do prédio (estimei em uns mil jovens, ou mais, fora os convidados de cidades vizinhas e visitantes como eu), isso sem que o ar condicionado estivesse funcionando devidamente. E o pior é que ninguém podia mais entrar ou sair do local, tendo sido fechado os portões e grades do prédio.

Com o avançar das horas, a quentura e a sensação de abafamento no local fazia qualquer um transpirar ou coisa mais grave Dessa forma, o que se viu nas horas seguintes não foi outra coisa, senão gente sufocando-se, desmaiando, passando mal pra tudo quanto foi lado. Resultado: Essa foi, sem dúvida, uma das piores noites da minha vida, me fazendo pensar direitinho agora antes de sair de casa à noite pra alguma vigília.

Postagem que fiz no Facebook, há cinco anos.