O HOMO MEDIOCRIS
De acordo com o dicionário, medíocre é um substantivo masculino que significa sofrível, mediano. É usado para designar uma pessoa ou coisa: que está abaixo da média, que não possui capacidade de ser bem-sucedida, que é incapaz intelectualmente para realizar qualquer atividade, que é isento de talento.
Próximo do homo ignorantis e do homo brutus, assim como do homo idiotus, o homo mediocris, cada vez mais, ganha cena, espaço e voz no mundo.
O homo mediocris gosta de aparecer, de vociferar suas verdades, de comentar o que não sabe, de mostrar, através da força, suas convicções…
É fera entre outras feras. Usa palavras brutas, destila ódio e raiva sem qualquer medo!
Parente próximo do Homo ridiculus e do homo imbecilis, o mediocris adora a mediocridade. Acena feliz no momento em que se vê representado em um cenário macro.
Medíocres se reconhecem e se protegem! Outra característica do mediocris.
Esta espécime também se notabiliza pelo extremismo, pelo estrelismo, por acreditar que a terra é plana, por defender o armamento, por criar teorias conspiratórias a todo momento.
E, com isso, a moderação, o bom senso, a capacidade de diálogo e os fatos da história são simplesmente ignorados, ou então, em casos mais graves, distorcidos, destruídos e apagados…
Se você não concorda com o que o homo mediocris diz, então, automaticamente é considerado inimigo. Aliás, mais uma característica do mediocris é não ser questionado nunca. Ele sempre tem razão!
Nestes tempos sombrios de pós-modernidade, a triste realidade é que mais e mais gente medíocre dita moda, normas e verdades. Verdades estas multiplicadas ao infinito pela internet
Penso que, apesar da tecnologia atual e dos avanços em muitas áreas, paradoxalmente, regredimos bastante no que diz respeito a razão e o respeito. Somos piores que os homens das cavernas. Somos piores que o homem medieval. Em pleno século XXI, acentuamos diferenças e preferimos a guerra e o conflito como soluções eficazes para os problemas criados por nós mesmos… Sem autocrítica, sem mea culpa, sem nada…
Desse modo, delegamos à mediocridade o papel de protagonismo desse novo século, o século dos medíocres…