MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
A rede está servida, abundantemente servida, de postagens políticas, ideológicas, econômicas, até futebolísticas: ora concordo, ora discordo, mas é assim mesmo nos espaços liberados e democráticos, tirante as “fake news”, que acho fáceis de detectar. Quase tudo é válido nestes novos tempos e só tenho lido jornais virtuais. A nossa imprensa escrita anda com cara de dromedário, com os “analistas” de sempre, escrevendo sobre o ontem, salvo em notícias bombásticas, frequentemente utilizando-se de fotos e filmagens amadoras. Todo mundo é repórter, fotógrafo, cineasta ou comentarista, a realidade tornou-se objeto imediato de arte, entretenimento e façanha para os que se dedicam ao mister. Seguidamente, por Facebook ou por Blogs, tomo ciência de matérias que a grande imprensa ainda não alcançou. Deve andar muito dura a vida de quem comanda a mídia tradicional, notadamente seus proprietários. Quem não se preocupa com mercado, sucesso, grande público e pretende um mínimo de comunicação positiva, precisa abordar temas mais amplos relativos à vida comum e às relações. É o que resta de alto interesse a abordar, sem balizamentos exagerados ou restrições burocráticas, como o tamanho ou o número de caracteres dos textos. Também é conveniente repisar que importam, sim, políticas públicas, mas é mais relevante o intercâmbio simples e direto de valores e emoções, quando se pode colher exemplos, ideias e propostas na fonte das vivências de cada um. Diferentemente de ontem, agora há muita gente boa manifestando-se. Ademais, sempre acreditei na espontaneidade, na troca despretensiosa de concepções e na sabedoria que toda e qualquer pessoa acumula no decorrer de uma vida. A grande imprensa prestigia nomes e cargos badalados. Não é despropositado, vale, mas poderia também buscar regularmente estudantes e estudiosos qualificados, sem medalhas no peito: talentos dispersos por aí. Como aprendi lecionando em salas de classe universitária, sempre sopram novos ares através do debate franco, em que florescem ideias livres, brutas e singelas, que são sementes de evolução.