NÃO SIGA AS PLACAS!

Sempre fui desorientado no trânsito, especialmente de automóvel. Dentro de cidades grandes, estando a pé, até que dou conta do recado, mas não a ponto de me vangloriar. Escrevi aqui, recentemente, minhas pequenas desventuras em viagens curtas, simples, quando eventualmente surge uma alteração qualquer, como obras. Verifiquei que a ocorrência também existe com alguns familiares, mas não é coisa hereditária: meu velho pai não errava caminhos e, anos após, sabia como chegar a lugares que só fora uma ou duas vezes. Mas existe uma atenuante de relevo: poucas placas e mal localizadas, seguidamente suscitando dúvidas e confusão. Às vezes a plaquinha é tão fuleira, que o crescimento da vegetação faz com que praticamente desapareça. Isto que vivemos na sociedade do automóvel. Não lembro quem foi, mas me sugeriram GPS. É outra “roubada”. Só raramente chamo UBER, pois não acertam meu endereço, vão além dele e ficam sem retorno, na contramão. Mesmo que eu fosse conhecedor de veículos, não me agrada ficar à noite em vigilância na calçada para atacar aquele carro descrito para me apanhar. Conheço bem uma Kombi, uma Rural Willys, um Fusca e não muito mais. Com a mulher, já é diferente, pois o celular que ela usa tem internet e ela acompanha o trajeto. Eu sou dinossauro, muito prazer. Ainda dou preferência ao táxi. Amigos com GPS no veículo já foram enganados para chegar à minha residência, tão simples e fácil de acessar. Uma boa explicação por telefone é muito mais precisa. É por estas e por outras que sempre alerto: não confiem nas placas num sentido bem amplo. A tecnologia é uma beleza, mas prefiro um mapa bem feito, desenhado com a velha e eficiente caneta. Aliás, no final do ano passado, apanhei um UBER para ir à casa de meu filho, lá no TERRA VILE. É coisa de 40 minutos de viagem, aqui de casa, quase como ir até Novo Hamburgo. O motorista seguiu o GPS e fiz um inusitado turismo rural pelos afastados bairros da Capital, com trechos estreitos de estrada de chão batido, matos e campos, poucas residências. Ele me explicou que estava tomando o caminho mais rápido indicado pelo GPS, sem engarrafamentos de trânsito. Não foi caro, mas demorou mais do que o habitual. Quando a sinalização é boa, às vezes me atrapalho, o que dizer da regra geral por estas bandas? Já errei o caminho indo para Gramado, para o litoral ou voltando, visitando meu filho, enfim, andar de carro comigo na pilotagem é uma aventura turística. Pior é quando sigo a orientação das placas, mesmo sabendo o caminho. Hoje, prefiro pedir informação na rua, não sigo as placas.